A galinha, o porco e o eleitor brasileiro
( por Manoel Afonso) – Uma análise oportuna do comportamento do eleitor brasileiro é compará-lo aos papeis reservados à galinha e ao porco na composição do tradicional ‘breakfast’ da mesa do cidadão americano. Vejamos:
A galinha tem o papel meramente participativo no resultado final (omelete) com o fornecimento dos seus ovos. Sua missão termina exatamente onde começou. Posiciona-se como uma eventual figurante desta cadeia de transformação alimentícia. Não é questionada sobre a qualidade do produto e também não se preocupa com as consequências e fatos afins. E assim ela segue a vida batendo asas com seu ‘corococó’.
Enquanto isso ao porco, cabe o papel excepcional e decisivo. Sua participação é marcada pela ‘efetiva entrega’ da própria vida, que acaba gerando o insubstituível toucinho. Sem ele, impossível compor a mesa de legítimo ‘breakfast’. Seu sabor é a marca inconfundível do bom omelete. Como se vê, o porco está realmente comprometido com esse ‘projeto alimentar’, digamos assim. Morre literalmente por ela!
Aí – você deve estar se antecipando com raciocínio conclusivo lógico: “onde o eleitor entra neste cenário?” Respondo: O exercício do voto no Brasil é obrigatório e o comparecimento é despido do sentimento de entrega, de efetivo envolvimento patriótico objetivando o bem estar da coletividade. O eleitor vota olhando apenas para o próprio umbigo e só leva em conta os benefícios pessoais e imediatos que possa auferir. Não tem a visão de grandeza ou de sacrifício.
Ora! Sem o sentimento de entrega verdadeira através do voto consciente, não há motivação para o exercício da vigilância e cobrança do que foi prometido em campanha Daí – para a adoção da passividade é um pulo!
No arremate a conclusão: o eleitor brasileiro continua muito mais identificado com a postura da galinha. Seria talvez por isso que não adotamos o ‘breakfast’ em nosso dia a dia? Estranha coincidência…
Manoel Afonso
.