Em agosto de 1954, o major da Aeronáutica Rubem Vaz, guarda-costas voluntário do jornalista Carlos Lacerda, foi morto por um tiro no atentado que visava Lacerda, praticado por integrantes da segurança do Presidente Getúlio Vargas. A Aeronáutica tomou a si a investigação do fato, instalando uma espécie de tribunal na Base Aérea do Galeão, que entrou para a História como República do Galeão.
Quem se sentiu agredido ignorou os caminhos legais, fez o inquérito e julgou. Dois dias depois, Getúlio se matou. Não creio que o Supremo de hoje queira comparar-se àquilo, para tirar um presidente. É o Inquérito das Fake News mas, ironicamente, essa denominação, em si, já é uma fake news.
O que se faz é censura, proibida pela Constituição, que garante a liberdade de opinião a da livre manifestação. Ameaça, calúnia, injúria e difamação são crimes; não fake news.
Se alguém posta a intenção de tocar fogo no Supremo ou enfiar outra faca em Bolsonaro, isso não é notícia falsa; é ameaça, crime previsto no Código Penal. |