Riedel vai enviar reforma administrativa para manter estrutura do governo enxuta

Governador e vice eleitos, Eduardo Riedel e José Carlos Barbosa – Marcelo Victor

A transição da gestão do governo do Estado começou ontem oficialmente. Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel, ambos do PSDB, anunciaram a equipe de transição, que será comandada pelo deputado estadual e vice-governador eleito José Carlos Barbosa (PP), o Barbosinha.

A maior novidade partiu de Eduardo Riedel, que admitiu a possibilidade de haver uma reforma administrativa, apesar de deixar claro que o Estado tem hoje uma estrutura enxuta e este modelo será mantido, porém, com poucas alterações.

Riedel também se reuniu com deputados estaduais na Assembleia Legislativa e deixou claro que já conta com o apoio dos parlamentares no sentido de aprovar a reforma administrativa, que, segundo ele, “será pequena e terá como objetivos promover uma reestruturação no organograma do Estado e gerar mais eficência e melhores resultados”.

O governador eleito disse estar aberto ao diálogo e garantiu que fará um governo com a participação da Casa de Leis. “Tudo será debatido de forma transparente”, pontuou.

Para o futuro governador, ainda é difícil prever se haverá uma secretaria a mais ou a menos. Adotando um estilo que intitulou de “criterioso e técnico”, Riedel explicou que essa resposta só poderá ser dada em dezembro, precisamente entre o dia 16 e 23, semana em que toda a população do Estado conhecerá quem fará parte da nova gestão no primeiro escalão em Mato Grosso do Sul.

TRANSIÇÃO

Da parte de Eduardo Riedel, foram nomeados o vice-governador eleito Barbosinha, o superintendente de Gestão da Secretaria de Estado de Governo (Segov), Tanner Castro Nogueira, o secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Ricardo José Senna, e a gerente de Gestão Estratégica e Comunicação do Sebrae-MS, Sandra Amarilha.

Pelo governador Reinaldo Azambuja, os nomeados para a equipe de transição foram o chefe do Tesouro estadual, Fábio Alexandre de Castro, o secretário-adjunto da Segov, Flávio César Mendes de Oliveira, a procuradora-geral do Estado, Ana Carolina Ali Garcia, e a secretária de Estado de Administração e Desburocratização, Ana Carolina Araújo Nardes.

A colocação de Barbosinha à frente da transição, do ponto de vista de coordenação, torna a equipe semelhante à do âmbito nacional, cuja coordenação é do ex-tucano Geraldo Alckimin.

Se, de um lado, Riedel teceu elogios aos escolhidos para uma das transições de governo mais tranquilas do Estado, por outro, Azambuja detalhou que este grupo vai produzir relatórios de todas as áreas de atuação. O governador garantiu que a próxima gestão já vai iniciar os trabalhos caminhando de verdade.

“Estamos trabalhando para que a gestão de Riedel inicie seus trabalhos sem ter que despachar sobre nada da minha gestão. Nenhum empenho será deixado para o dia 1º de janeiro. Todos os contratos serão rigorosamente cumpridos”.

A equipe de transição já vai começar informando as datas dos pagamentos das folhas salariais de novembro e dezembro, 13º salário e recursos destinados a quitar contratos com empresas terceirizadas até 31 de dezembro.

REFORMA EM 2017

Reformas administrativas têm sido as primeiras atuações de chefes de Poder Executivo eleitos para prefeituras, governos estaduais e federal. Reinaldo Azambuja fez uma faxina em março de 2017, diminuindo o tamanho da máquina pública.

Naquela ocasião, ele diminuiu o número de secretarias, que eram 13, passando para 10. O objetivo foi o enxugamento da estrutura administrativa para garantir economia nas despesas de custeio e gastos com pessoal, além de dar mais eficiência às ações do governo.

Na época, Azambuja frisou que o Estado precisava de investimentos em obras para impulsionar o desenvolvimento.

A reforma administrativa, cujo objetivo era assegurar a estabilidade financeira do Estado, conseguiu garantir a economia de R$ 130 milhões no orçamento de 2017. Houve redução de cerca de 1.000 cargos, entre comissionados e temporários, além de revisão de contratos com fornecedores.

E, ainda, redução de 16 superintendências e centralização dos órgãos de atendimento em 44 municípios. As agências fazendárias (Agenfas), passaram de 79 para 30.

INVESTIMENTOS

Em um discurso de concordância, Azambuja e Riedel afirmaram que todos os relatórios a serem formulados pela equipe de transição serão apresentados ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Azambuja destacou que Riedel herdará um governo com capacidade de empréstimos de R$ 2,3 bilhões. A razão desse discurso, disse Azambuja, refere-se a um passado recente na política. Em 2015, o atual governador herdou R$ 600 milhões em contas a pagar.

“Começamos a trabalhar com transparência, e Riedel não vai começar a gestão como eu comecei. Não haverá nem restos a pagar. Neste ponto, Riedel já vai começar em vantagem”, comentou Azambuja.

(Colaboraram Ana Clara Santos e Beatriz Feldens)

CORREIO DO ESTADO

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