Procuradores pedem punição a colega que defende ‘obrigação sexual’ para mulheres

Procuradores pedem punição a colega que defende 'obrigação sexual' para mulheres

O presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), Ubiratan Cazetta, disse que as afirmações feitas pelo procurador Anderson , classificadas por ele como “crime de ódio”, são inaceitáveis. “A nossa posição como entidade e como membros do MP (Ministério Público) é de repúdio a esse tipo de postura”, afirmou. “Essas frases não representam o pensamento do Ministério Público, não representam o pensamento dos membros, sejam procuradores, sejam procuradoras”.

Na avaliação de Cazetta, como as mensagens foram compartilhadas em um rede institucional de comunicação, a Corregedoria do MP precisa apurar as responsabilidades e aplicar as punições adequadas. As punições, segundo o presidente da ANPR, podem ir de uma advertência até uma suspensão.

O procurador da República de  Anderson Vagner Gois dos Santos é alvo de duas representações na Corregedoria do MPF (Ministério Público Federal) após dizer que mulheres têm “obrigação sexual” e “débitos” com os cônjuges. A fala do procurador pode ser usada para respaldar o estupro marital, ou seja, a prática do ato sexual, seja do marido ou companheiro, de maneira forçada.

Além disso, Santos teria associado o feminismo a um “transtorno mental”. As declarações teriam ocorrido em mensagens enviadas por Santos através de uma lista de e-mails com membros do órgão pelo país.

À GloboNews, o procurador negou a defesa do estupro, explicou que o comentário foi realizado na rede interna do MPF para levantar o debate sobre a monogamia e se deveria existir a criminalização do adultério. Para Santos, o questionamento surge após decisões na justiça que levam em conta a falta de sexo para anular casamentos.

Na noite de domingo, ele escreveu no e-mail, nomeado como “Feministos e Feministas”: “A feminista normalmente é uma menina que teve problemas com o (sic) pais no processo de criação e carrega muita mágoa no coração. Normalmente é uma adolescente no corpo de uma mulher. Desconhece uma literatura de qualidade e absorveu seus conhecimentos pela televisão e mais recentemente pela internet”.

E continuou: “Na maioria das vezes, a sua busca por empoderamento é na verdade uma tentativa de suprir profundos recalques e dissabores com o sexo masculino gerado pelas suas próprias escolhas de parceiros conjugais. Muitas, em verdade, têm vergonha da condição feminina. Acredito que daqui a algum tempo deverá existir um CID para esse transtorno mental.”

O CID é a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde.

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