O custo do “Linchamento Moral”

| Créditos: Foto: Reprodução/UOL

Em um revés surpreendente, o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, viu-se inocentado das graves acusações de assédio sexual, importunação sexual e favorecimento à prostituição que o assolaram em 2022. Contudo, a absolvição tardia levanta questões inquietantes sobre o ônus do linchamento moral e o papel da justiça em tempos de campanha eleitoral.

Após ter sua reputação e vida pessoal expostas ao escrutínio público, Trad emerge da batalha judicial sem condenação. No entanto, a mancha das acusações lançadas contra ele dificilmente se dissipará por completo. Afinal, qual o valor de uma absolvição quando a imagem já foi irremediavelmente maculada?

Nesse contexto, questiono a responsabilidade da justiça nesse processo de desgaste moral. Seria justo que acusações, mesmo infundadas, fossem tornadas públicas antes do devido processo legal, resultando em um pré-julgamento midiático? E por que tais absolvições frequentemente ocorrem em períodos eleitorais, levantando suspeitas sobre a imparcialidade do sistema?

A reflexão proposta transcende o caso específico de Marquinhos Trad, convidando-nos a ponderar sobre o preço do poder e os mecanismos muitas vezes obscuros que permeiam o jogo político. Em um ano eleitoral, a manipulação da opinião pública e o uso estratégico de acusações podem se tornar armas poderosas, com consequências devastadoras para os envolvidos.

Cabe a nós, como cidadãos, analisar criticamente os acontecimentos e buscar a verdade por trás das cortinas do poder. Afinal, a justiça deve ser um pilar da democracia, não um instrumento de perseguição ou manipulação.

Por Alcina Reis

Jornalista Alcina Reis | Créditos: Arquivo pessoal

 

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