Ministro alerta para transmissão de coronavírus em ônibus lotados

Alvo de constante reclamação por conta da superlotação, o transporte coletivo de Campo Grande também preocupa o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, diante dos casos de coronavírus que se espalham pelo Brasil.

Em Mato Grosso do Sul, dois casos de Covid-19 (doença provocada pelo novo vírus) foram confirmados no sábado (14), todos na Capital.

O ministro esteve em Campo Grande no fim de semana, alertando a população para evitar ônibus lotados. “O transporte público também deve se organizar, a cidade precisa organizar fluxos, horários, para descomprimir o horário de pico”.

O presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende, foi procurado pela reportagem, mas não atendeu às chamadas para esclarecer como atuaria em relação à questão.

Por dia, aproximadamente 180 mil passageiros utilizam ônibus na cidade, e as reclamações relativas à falta de veículos suficientes, além de linhas lotadas, são constantes.

Entre as sugestões feitas pelo ministro, ele observou em relação ao horário de abertura das empresas, geralmente entre 7h e 8h, quando os funcionários já devem estar no local para iniciar o dia de trabalho.

“[É necessário] organizar o horário das empresas, não precisa todo mundo abrir às 7h, pode ser às 9h ou às 10h, para não lotar o ônibus”, disse Mandetta .

A organização do fluxo para utilização do transporte coletivo é a principal preocupação de Mandetta em relação à disseminação do vírus, que tem uma particularidade. O coronavírus, em comparação ao H1N1, por exemplo, é mais contagioso e menos letal.

“Tem diferença [entre coronavírus e H1N1] porque a transmissão deste agora é muito maior, a letalidade do H1N1 era de gestante e jovens. Essa discussão sobre aulas era muito maior, era terrível ver jovens e gestantes falecerem por H1N1, como aconteceu em Campo Grande (na época do surto, em 2009, quando ele era o secretário municipal de Saúde). Mas as transmissões eram menores. Nesse agora eu acho que a gente pode ter uma transmissão maior e uma letalidade menos dramática, porque esse vírus não me parece que tenha letalidade de jovens. Mas a letalidade daqueles que têm doenças associadas chega a 15%, 20%, na última faixa etária”, explicou o ministro.

Entre as principais recomendações do Ministério da Saúde até agora para evitar a propagação do novo vírus está a de evitar aglomeração de pessoas e ambientes fechados – além de contato próximo, como beijo, abraço, aperto de mão e compartilhamento de objetos como copos (veja as recomendações na página 6). E é justamente por isso que o ministro alertou sobre o transporte coletivo.

“Tem que organizar, ônibus não pode ser um grande compressor de pessoas. É melhor administrar do que parar tudo.

O vírus não respeita comunidade, ele é imunidade [de cada pessoa]. Não respeitou nenhum lugar do mundo, foi em todos os locais. Vamos ter dias de vitórias e dias de perda, dias duros”, afirmou Mandetta.

Evitar aglomerações, provavelmente, é a maior recomendação até agora. “O problema é que, quanto mais as pessoas ficarem agrupadas, tocando boate, tocando festa, beijo, tereré, vida que segue, maior será o período epidêmico. Maior será a quantidade de pessoas que pegarão gripe ao mesmo tempo e, consequentemente, muitas vão ao hospital, o que faz com que os hospitais não aguentam atender todo mundo ao mesmo tempo e o sistema de saúde, então, entra em colapso. Agora é a hora de as pessoas entenderem uma situação dessa e evitarem aglomerações, protegerem os seus pais, avós, tias”, concluiu o ministro.

POSIÇÃO

A reportagem procurou a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), que afirmou não ser responsável por definir o horário de funcionamento do comércio.

A Federação do Comércio do Estado (Fecomércio) informou que possíveis mudanças podem ser feitas sem aviso à entidade. O representante da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-CG) não foi encontrado para falar sobre possível mudança de horário de funcionamento do comércio.

ORIENTAÇÕES

As capitais Rio de Janeiro e São Paulo já registram caso de transmissão comunitária, quando não é identificada a origem da contaminação. Com isso, o País entra em uma nova fase da estratégia brasileira, a de criar condições para diminuir os danos que o vírus pode causar à população. Com base na evolução dos casos no Brasil, até o momento, estima-se que, sem a adoção das medidas propostas para prevenção, o número de casos da doença dobre a cada três dias. Atitudes adotadas no dia a dia, como lavar as mãos e evitar aglomerações, reduzem o contágio pelo coronavírus. O Ministério da Saúde recomenda a redução do contato social, o que reduzirá as chances de transmissão do vírus.

Com informações Correio do Estado

https://conteudoms.com/ver/conteudo/ministro-alerta-para-transmissaeo-de-coronavirus-em-onibus-lotados

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