Capital segue com menor letalidade e ‘bandeira laranja”, apesar do aumento de número de casos no estado

Apesar dos casos positivos de covid-19 dispararem nos últimos 20 dias em Campo Grande, a cidade mantém a menor taxa de mortes pela doença entre as capitais brasileiras e também entre os maiores municípios de Mato Grosso do Sul. Em junho, foram 2 óbitos pela doença, enquanto o Estado registrou 56 em apenas 30 dias.

Do total de infectados na Capital, 0.4% morreram, metade do índice do Estado, que atinge 1% neste início de julho. Em Dourados, esse percentual é o dobro. Ao contabilizar 25 óbitos, o índice na cidade alcança 0.9%. Corumbá sofre ainda mais com a doença. Com 342 contaminados, tem apenas uma morte a menos que Campo Grande. São 9 óbitos e taxa de letalidade de 2.9%.

Das mortes na Capital, todas as vítimas tinham alguma comorbidade, como diabetes e hipertensão. Um índice positivo é que do total de 2.157 infectados na Capital hoje, 1.538 pessoas já estão curadas e apesar 619 estão em isolamento esperando acabar a quarentena.

Outro quesito que coloca a Capital em situação mais confortável em relação ao restante do País é a taxa de ocupação de leitos de UTIs, atualmente no patamar de 45%, entre pacientes confirmados e ainda sob suspeita de coronavírus.

Prefeito diz que testagem hoje é 10 vezes maior que nos primeiros dois meses de pandemia. (Foto: Kisie Ainoã)

Bandeira laranja – A prefeitura de Campo Grande considera esses índices como fundamentais na hora de estabelecer mais rigor ou flexibilidade nas medidas de combate à doença.

Por conta da letalidade baixa e ocupação de leitos sob controle, no monitoramento da Secretaria de Saúde do Estado, Campo Grande ganhou “bandeira laranja”. É considerada de risco moderado. Nessa classificação, as medidas indicadas são ampliação da testagem e reforço no uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).

Já as macrorregiões de Dourados e de Corumbá se enquadram como de risco alto, sinalizado pela cor vermelha. Com cruzamento dos indicadores de saúde com a realidade econômica, a recomendação do governo estadual para as duas é de que apenas atividades consideradas essenciais e de baixo risco sejam liberadas.

Dez vezes mais testes – No quesito testagem, o prefeito Marquinhos Trad diz que não há comparação com os meses de abril e maio. Ele avalia que a curva exponencial da doença em Campo Grande é reflexo do período sem testes no mercado.

“Ficamos muito tempo sem poder comprar o exame porque não tinha. Em junho passamos a testar 10 vezes mais. Por isso também cresceram os casos positivos. Mas entra nessa estatística gente que teve a doença e nem percebeu. Fez o exame agora, mas já está com anticorpos”, explica o prefeito.

Por isso, na avaliação de Marquinhos, a cidade ainda tem controle da covid-19, sem necessidade de medidas mais severas. “Vamos imaginar que de um dia para outro, 150 novos casos surgiram, mas nenhum desses foi para UTI. Isso é que tem de ser considerado. Priorizamos a vida, mas buscamos sempre o equilíbrio entre vidas e empregos”, argumenta.

Apesar da reabertura gradual, todos os setores ainda estão sob restrições de funcionamento. O comércio, por exemplo, não pode atender com 100% da capacidade, assim como o transporte coletivo. Todos os funcionários em grupo de risco também seguem afastados.

As escolas não retomarão as aulas presenciais, pelo menos, até 1º de agosto, e o uso de máscaras se tornou obrigatório. Outra mudança recente foi o toque de recolher, ampliado para 23h às 5h. Além das limitações, o município continua investimentos em desinfecção de ruas, feiras, terminais e órgãos públicos.

Ruas praticamente vazias no ínicio da pandemia em Campo Grande.

Largada – Mas na análise do comitê que monitora a doença na Capital, o que até agora “salvou” Campo Grande do colapso foram os 15 primeiros dias de combate à pandemia, com praticamente um “lockdown” e apenas de supermercados, bancos e farmácias abertos.

Em duas semanas, a cidade se preparou para voltar à rotina com as regras de biossegurança necessárias. Ao contrário de outros locais que fecharam tarde, depois que o vírus já circulava com maior intensidade.

“Tomamos todas as medidas de regramento para que os setores mais vulneráveis economicamente não viessem à falência. Não fizemos uma reabertura a Deus dará. Por isso somos elogiados não só no Brasil, mas no mundo”, diz Marquinhos.

Para a população que teme dias piores, Marquinhos garante que todas as medidas sempre serão adotadas com responsabilidade. “Quando a pandemia começou, pensei em 3 pontos. O primeiro: haveria estresse muito grande na estrutura humana. Já contratamos mais de 300 profissionais da Saúde. O segundo: havia medo de faltar EPIs, mas aqui nunca faltou. O terceiro: colapso de leitos de UTI, mas até já compramos leitos particulares para não haver risco”, afirma o prefeito.

Segundo ele, mais do que isolamento social, o que deve ser respeitado pela população agora é o “comportamento social”. “Não adianta fechar tudo e a população continuar saindo para a porta de casa, para tomar tereré”, alerta

(Com informacões do Campo Grande News)

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