Simone Tebet deve anunciar apoio crítico a Lula

O apoio de Simone Tebet (MDB) a Lula já é tido como certo no 2º turno da eleição presidencial. Mas de acordo com a colunista do UOL Thaís Oyama, ainda há divergências sobre como será divulgado esse apoio. O MDB tenta evitar a exposição de um racha no partido. E Tebet deve fazer um “apoio crítico”

“O que o MDB está querendo fazer é evitar que uma reunião executiva aconteça. Se acontecer, em um partido como o MDB, ele continua dividido. É provável que uma parte queira liberar o partido nos estados, outra parte queira declarar apoio a Lula, notadamente os diretórios do Nordeste”, explicou Oyama no O Radar das Eleições.

Diante desse impasse, uma solução seria Simone Tebet anunciar o apoio a Lula antecipadamente, para omitir a decisão do partido. “Melhor seria que Simone Tebet fizesse o pronunciamento antes do partido, para evitar exposição dessa divisão de forma pública”.

Mas Oyama ressaltou que o apoio de Tebet terá restrições.

“É uma decisão corajosa, porque lembremos: Tebet é do Mato Grosso do Sul, um reduto do agronegócio bolsonarista. E ela já tem sido olhada feio, por causa das críticas ao Bolsonaro. A partir do momento que ela declarar apoio a Lula, será criticada no próprio estado. Até por causa disso, assessores dela dizem que vai ser um apoio crítico, que é um apoio sóbrio, sem entusiasmo e sem fazer o L, talvez sem tirar foto”, explicou Oyama.

Oyama: ‘Minas é o único pote de ouro no radar de Bolsonaro’

Thaís Oyama também comentou sobre a campanha de Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno e destacou a importância que o presidente dará para Minas Gerais.

Bolsonaro já conseguiu o apoio oficial do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), que venceu a eleição do estado no 1º turno.

“O raciocínio da campanha é que, com esse empenho do Zema, 15% dos que votaram em Zema e Lula podem vir parar no cesto do Bolsonaro. É nesse mercado de votos que eles estão mirando. É por isso que Minas é tão importante, até porque não existe muito mais coisas para o Bolsonaro buscar”, explicou Oyama.

A colunista entende que as chances de Bolsonaro vencer são “improváveis”. E por isso Bolsonaro enxerga Minas como um “pote de ouro”.

“Ele tem 6 milhões de votos de desvantagem. Para chegar é um suadoro. É desafiador, uma missão quase impossível. E Minas, nesse contexto, aparece como único pote de ouro na campanha do Bolsonaro”.

Kennedy: ‘Bolsonaro teve desempenho melhor que PT esperava’

O colunista do UOL Kennedy Alencar também participou do O Radar das Eleições’ e afirmou que o desempenho de Bolsonaro nas urnas foi melhor do que o PT esperava. E o partido de Lula não pretende subestimar as chances do adversário.

“O segundo turno é guerra de rejeição. Então o horário gratuito eleitoral do Lula vai continuar com propaganda mantendo a rejeição do Bolsonaro no patamar mais alto que a do Lula. Isso é fundamental para Lula manter o favoritismo”, contou Kennedy.

Kennedy disse que, para Bolsonaro vencer, é preciso conquistar votos que foram em Lula no primeiro turno. Então o petista deve manter o foco no Nordeste e nos mais pobres.

 

“Lula precisa defender o voto que ele teve. Para o Bolsonaro ganhar, precisa tirar voto do Lula entre os mais pobres. Então a segunda premissa do Lula é defender votos”.

UOL

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