Sem deixar ninguém para trás, ministra e Governo de MS têm encontro com mulheres da agricultura familiar

Foto Bruno Rezende

Apesar da composição da mesa de autoridades do auditório do Bioparque Pantanal, o palco foi delas. Na tarde de segunda-feira (29), as mulheres da agricultura familiar, quilombolas e indígenas foram as protagonistas que, com o microfone em mãos, relataram as dificuldades, anseios e demandas sentidas por quem vive no campo, nos quilombos ou em aldeias indígenas e também em contexto urbano.

A escuta foi feita pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, a superintendente estadual do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Marina Nunes Viana, a secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres, Manuela Nicodemos, e demais parlamentares da bancada federal e estadual de MS.

O Encontro das Mulheres da Agricultura Familiar deu voz a representantes de movimentos que debateram sobre violência de gênero, documentação e direitos à cidadania dos povos originários e das comunidades tradicionais.

Representando a Liga Camponesas e Urbanas do Brasil, Janaína dos Santos Silva foi à frente com a filha bebê nos braços. Acostumada a trabalhar com a pequena Alice, de 7 meses, no colo, a mãe perguntou o que está sendo planejado para as trabalhadoras do campo.

“Quais as políticas públicas que o Governo Federal vai aplicar em prol da comunidade rural? Sabemos que existe a Lei Maria da Penha, que existem as leis trabalhistas, só que nós também sabemos que a cultura no campo é totalmente diferente. A gente quer saber quais políticas serão implementadas de imediato, médio e longo prazo”, questionou.

Vice-presidente da comunidade quilombola Tia Eva, Graziele Ferreira trouxe demandas territoriais e de assistência. “Estamos lutando há muitos anos por titulações, um posto de saúde, territórios para as crianças brincarem, uma sala de atendimento às mulheres, realização de encontros quilombolas e curso de formação para os jovens”, pontuou.

Representando as mulheres indígenas, Lilian Terena falou pelo núcleo de articulação do contexto urbano, ao lado de duas cacicas mulheres. Entre as reivindicações, Lilian trouxe a pauta do atendimento às mulheres indígenas vítimas da violência de gênero.

“Quem está sofrendo são as mulheres indígenas, as crianças, filhas, netas. Gostaria de solicitar, por favor, que a Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande tenha um grupo de mulheres indígenas. Estou apelando para que tenha mais qualificação e treinamento para que mulheres indígenas ocupem seus espaços. A violência contra a mulher e a criança indígena é uma realidade em qualquer lugar”, enfatizou.

Para a superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Marina Nunes Viana, o encontro proporcionou a escuta das mulheres em seus anseios vivenciados em acampamentos e assentamentos de todo o Estado.

“Hoje a gente tem uma diversidade de companheiras de luta da classe trabalhadora. Onde tem uma mulher, sempre vão ter outras juntas, e assim segue. Este momento é de grande importância onde justamente com a Secretaria da Cidadania, vamos escutá-las”, ressaltou Marina.

Da pasta da Cidadania do Estado, a subsecretária de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, Vânia Lúcia Duarte, engrandeceu este momento de fala. “Poucas vezes as mulheres quilombolas têm essa oportunidade, e elas também são lideranças, têm um protagonismo dentro das comunidades, são a força dos quilombos, e hoje elas trouxeram as suas pautas sobre território, educação, saúde, moradia e a garantia de um futuro dentro dos territórios quilombolas”, afirmou Vânia.

Recém-empossada na subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres, Manuela Nicodemos chamou a atenção para a necessidade de discutir as políticas públicas para a diversidade de mulheres que compõem Mato Grosso do Sul.

“A violência contra a mulher é muito mais perversa para as populações tradicionais, por conta do não acesso às políticas públicas e a dificuldade de acessar as políticas públicas, justamente por serem populações mais afastadas do centro urbano, além de uma dimensão de comportamentos, relações de gênero, relações sociais, relações de poder. Então, é fundamental que as políticas sejam pensadas para atender, de fato, às especificidades desses grupos de trabalhadoras rurais, comunidades quilombolas, mulheres indígenas, mulheres ribeirinhas”, sustentou Manuela.

Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves pontuou ser uma prioridade do Governo Federal a escuta de todas as mulheres. “Meu papel hoje aqui é sentar e anotar o que vocês falaram. Estamos ouvindo as mulheres onde elas estiverem, para saber quais são as principais demandas e questões para que nós possamos, juntas, transformar políticas públicas”.

A ministra ainda afirmou que o Governo Federal segue na articulação do PPA e orçamento para os próximos anos, e que o encontro é parte do início das discussões da conferência nacional de políticas para mulheres que acontecerá em 2025.

Paula Maciulevicius, Comunicação Governo de MS
Fotos: Bruno Rezende

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