O ensino voltando ao mercado de trabalho, com qualificação adequada, acompanhamento e direcionamento para o primeiro emprego, já é realidade em Mato Grosso do Sul. No ensino médio, ou na educação profissional exclusiva, os alunos da Rede Estadual de Ensino podem estudar nos eixos de Gestão e Negócios, Recursos Naturais, Informação e Comunicação, Ambiente e Saúde, além de Controle e Processos Industriais. Na prática, os estudantes têm acesso a itinerários formativos com conteúdo específico em Administração, Agricultura, Agroecologia, Agronegócio, Agropecuária, Ciência de Dados, Comércio, Mecatrônica, Meio Ambiente, Recursos Humanos, Serviços Jurídicos, Tecnologia e Computação, entre outros. “Disponibilizamos 19 cursos de educação profissional, com três qualificações em cada ano do ensino médio. Então, são mais de 50 qualificações disponíveis. Atualmente, 80% da oferta é por meio dos itinerários formativos, no ensino médio”, afirmou Pedro Augusto Evangelista, gerente da unidade de educação profissional, da SED (Secretaria de Estado de Educação). O trabalho cuidadoso permite que os jovens alunos, em Campo Grande e no interior, sejam inseridos no mercado de trabalho, na área que já estudam. Heloísa Guizo dos Santos, 15 anos, é uma das estudantes que faz o itinerário de atendente jurídico na EE João Magiano Pinto, em Três Lagoas, onde também – há 3 meses – foi contratada pelo Programa de Aprendizagem Profissional. Animada com o primeiro emprego, a adolescente já enumera as conquistas e faz planos para o futuro. “Eu guardo uma parte do que recebo e também ajudou em casa. Minha mãe estipula um valor e contribuo todo mês. Além disso, eu pago um curso de inglês. E eu quero, no futuro, fazer vestibular e cursar Direito, é uma área que eu gosto muito”, disse a jovem. Na EE João Magiano Pinto, em Três Lagoas, jovens saem preparados para enfrentar o mercado de trabalho (Foto: divulgação) A diretora da Escola Estadual João Magiano Pinto, Lourdes de Souza, confirma que os estudantes ficam ainda mais motivados em continuar estudando, quando há possibilidade de ingresso no mercado de trabalho. “Somos uma escola que é entidade qualificadora, e fomos uma das primeiras do Estado, com projeto piloto na área. Muitos alunos querem trabalhar, então a gente oferece o ensino médio parcial com o itinerário de qualificação profissional. E é um sucesso”. A escola tem 1,4 mil alunos, com ensino fundamental e médio regular e também ensino médio integral. “Nossos alunos escolhem se querem ficar no ensino médio integral ou parcial. Temos 16 turmas de ensino médio parcial e onze fazem o itinerário de qualificação profissional, que representa 68% do nosso público. São 30h semanais, com 20h atendendo a base comum que são aulas de matemática, português e as outras disciplinas regulares. E 10h de qualificação”. Lourdes Guijo dos Santos, mãe de Heloísa, é só orgulho ao falar das duas filhas, a mais velha – Isabela – também já foi aluna da EE João Magiano. “A Isabela faz faculdade e atualmente trabalha como estagiária na área de ciências contábeis. Eu estipulei uma quantia para as duas contribuírem em casa, penso que precisam ter responsabilidade e compromisso. No caso da Heloísa, a escola tirou uma adolescente do abismo. Ela amadureceu e começou a visualizar o que gosta de fazer, graças a forma como conduzem o ensino”. No início, a mãe ficou receosa por pensar que a educação profissional poderia atrapalhar o dia a dia escolar. “Achei que seria puxado estudar e trabalhar, e que prejudicaria as notas dela. Mas foi o contrário ela melhorou nos estudos, é muito dedicada, não fica mais no celular e na televisão. Além de conversar mais e pensar no futuro”. Ao lado de outros colegas e estagiários da escola, Heloísa – que está no 1° ano do ensino médio – comemora a oportunidade e reconhece o esforço para conciliar tudo. “Eu preciso me organizar bem para fazer as atividades da escola, o curso de inglês e trabalhar. Mas a gente está sendo bem orientado e está dando certo”. Izabelli Vitória do Nascimento, 16 anos, é aluna do 2° ano do ensino médio e escolheu o itinerário de assistente de gestão de dados. E para conseguir cumprir os compromissos com a escola, o trabalho e curso extra, investiu no próprio meio de locomoção. “Com o meu primeiro salário eu parcelei uma bicicleta, assim consigo ir mais rápido de um lugar para outro. É muito bom trabalhar no mesmo lugar que eu estudo, é diferente”. Lucas de Araújo, 16 anos, também sonha com a carreira jurídica e na escola já iniciou a preparação para realizar o sonho. “A escola está me dando uma base importante. Eu já fiz itinerário de atendente jurídico, agora faço de auxiliar judicial e no ano que vem vou fazer de assistente de serviços jurídicos. Aprendo muito e gosto da área do direito trabalhista”. Atualmente a qualificação profissional atende 18 mil alunos – a maior parte dentro do itinerário formativo do ensino médio –, em 196 escolas em todo o Mato Grosso do Sul. “É uma ação que tem sido o principal elo de ligação entre o estudante com o mercado, garantindo a continuidade da aprendizagem profissional. O Estado tem aproximadamente 20% dos alunos atendidos na área, acima da média nacional que é de 11%. E estamos trabalhando para expandir ainda mais”, disse Pedro Evangelista, gerente da SED. Campo Grande No CEEP (Centro Estadual de Educação Profissional) Professora Ceep Profª Maria de Lourdes Widal Roma, na Moreninha, em Campo Grande, as aulas são específicas e dinâmicas. Em uma das turmas do 1° ano do ensino médio, a aula de Teoria Geral do Consumidor foi cheia de novos aprendizados. “Eles ficam curiosos, quando é algo que envolve o dia a dia deles, como é a questão do direito do consumidor. Na escola, eles acabam tendo uma base e se identificam com o que é estudado, já abre possibilidades para pensarem em um curso superior na área, pode ser Administração, Contabilidade, ou Direito mesmo, afinal em todas é necessário conhecer as leis”, afirmou a professora Keis Graziela Paixão, graduada em Direito. Wilson da Rocha Rodrigues, diretor do CEEP Professora Maria de Lurdes Vidal Roma, relata o longo caminho trilhado pela unidade até conquistar a confiança da comunidade escolar. Implantada em 2007, a educação profissional na escola substituiu o ensino fundamental até então oferecido, e a mudança transformou a vida dos moradores de um dos maiores bairros da Capital. “Isso é uma história de orgulho para nós enquanto instituição. É muito bom encontrar ex-aluno que hoje é advogado, por conta do curso de Serviços Jurídicos. Ou se tornou administrador por conta do curso de Administração que ele fez aqui. Toda a formação que a gente dá para os estudantes é tão importante! Porque transforma a vida dos alunos. Isso é muito legal, é fantástico”. Mãe de um aluno da escola e de outro que cursa Direito, Luciana Silva, reconhece a participação da escola no sucesso dos filhos. “Eu fico muito feliz que eles gostam de estudar e estão indo bem. Os dois sempre foram muito esforçados. É uma sensação de dever cumprindo. Não tem outro caminho a não ser estudar e se dedicar. O mais velho, Gabriel, conseguiu o primeiro emprego como menor aprendiz, porque fez o curso de Administração na escola, foi muito bom para ele, o que abriu as portas mesmo”. Natalia Yahn, Comunicação Governo de MS Fotos: Bruno Rezende


Mato Grosso do Sul foi destaque do Campeonato Pan-Americano de Xadrez Aberto, Escolar e Universitário. Os enxadristas sul-mato-grossenses foram 14 vezes ao pódio, alcançando cinco troféus de ouro, cinco de prata e quatro de bronze. A competição foi realizada como parte da programação do 3º Congresso Internacional de Esportes da Mente, em Maceió (AL), entre os dias 12 a 17 de setembro.

Representando os municípios de Anastácio e Três Lagoas, os atletas fazem parte do Prodesc (Programa MS Desporto Escolar), coordenado pela Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) junto à SED (Secretaria de Estado de Educação), que oferece treinamento esportivo no contraturno das aulas em escolas da Rede Estadual de Ensino.

Organizado pela LBX (Liga Brasileira de Xadrez) com a CBXE (Confederação Brasileira do Xadrez Escolar), o Pan-Americano teve disputas nos ritmos clássico, rápido e blitz, nas categorias aberto (livre), sub-6, sub-8, sub-10, sub-12, sub-14, sub-16, sub-18 e universitário, nos gêneros feminino e masculino.

Revelação do xadrez escolar sul-mato-grossense, Arthur Neres de Souza brilhou no campeonato. O estudante de 14 anos da Escola Estadual Professor João Magiano Pinto, o tradicional Jomap, de Três Lagoas, deixou sua marca jogando em todos os ritmos: ouro no blitz, prata no rápido e bronze clássico.

“É incrível ver a evolução do Arthur nesses últimos três anos. Ele faz xadrez desde pequenininho, mas nos últimos três anos vem participando de muitos torneios, evoluindo a cada partida. É um orgulho ver o menino nessa idade se dedicando, se comprometendo, colocando metas e correndo atrás para poder atingir seus objetivos”, diz orgulhosa a mãe Lourdes Alves Neres, que também é diretora do Jomap.

Segundo ela, a dedicação de Arthur tem estimulado outros alunos da escola a praticarem xadrez pelo Prodesc. “É muito gratificante ver todo esse movimento em torno do xadrez”, afirma Lourdes.

Confira todos os troféus conquistados por Mato Grosso do Sul no Pan-Americano de Xadrez Escolar:

Ouro

Sophia Eduarda Pariz da Silva – Sub-6 (clássico) – Anastácio

Sophia Eduarda Pariz da Silva – Sub-6 (rápido) – Anastácio

Maria Laura da Silva Damásio – Sub-12 (clássico) – Anastácio

Maria Laura da Silva Damásio – Sub-12 (blitz) – Anastácio

Arthur Neres de Souza – Sub-16 (blitz) – Três Lagoas

Prata

Joyce Pessoa Arruda – Sub-12 (clássico) – Anastácio

Joyce Pessoa Arruda – Sub-12 (blitz) – Anastácio

Éryco Augusto Pariz da Silva – Sub-12 (rápido) – Anastácio

Sophia Eduarda Pariz da Silva – Sub-6 (blitz) – Anastácio

Arthur Neres de Souza – Sub-16 (rápido) – Três Lagoas

Bronze

Éryco Augusto Pariz da Silva – Sub-12 (clássico) – Anastácio

Joyce Pessoa Arruda – Sub-12 (blitz) – Anastácio

Joyce Pessoa Arruda – Sub-12 (rápido) – Anastácio

Arthur Neres de Souza – Sub-16 (clássico) – Três Lagoas

Sobre o Prodesc

O Prodesc é um programa desenvolvido e coordenado pela Fundesporte junto ao NESP (Núcleo de Esportes) da SED (Secretaria de Estado de Educação). O objetivo é promover a formação e desenvolvimento esportivo dos estudantes-atletas da Rede Estadual de Ensino, oferecendo suporte para treinamento especializado aos estudantes, e também identificar potenciais talentos esportivos.

O treinamento desportivo é realizado no contraturno das aulas dos estudantes. No estado, são 1,5 mil projetos aprovados, de mais de 700 professores, que atendem aproximadamente 30 mil alunos, de 311 escolas, de 74 municípios. Ao todo, são 24 modalidades esportivas ofertadas (convencionais e paralímpicas), individuais e coletivas.

Lucas Castro, Fundesporte e Fernanda Villela, Programa de Estágio Supervisionado

Fotos: Divulgação

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