NBA: Fenômeno do Miami Heat, Duncan Robinson sofreu com a síndrome do impostor e há três anos pensava em ser jornalista; hoje é titular nas Finais

“Eu não era nem um bom jogador de Ensino Médio”

Duncan Robinson é dono de uma das maiores histórias de superação da NBA em todos os tempos. Mas você não acreditaria nisso ao ver seus números, que o fizeram titular do Miami Heat, finalista da temporada contra o Los Angeles Lakers.

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Já consolidado como um dos melhores – se não o melhor – arremessador de três da liga, Robinson sequer conseguia imaginar sua atual situação há três anos, quando se formava na Universidade de Michigan.

Em 2017, Robinson mandou uma mensagem para Mike Titus, jornalista que na época trabalhava no The Ringer, um portal de esportes dos EUA. No texto, o então universitário dizia que queria conversar com profissional sobre como é o jornalismo esportivo. Em uma matéria da faculdade, os alunos precisavam se conectar com alguém de uma área de interesse, e essa foi a escolha do garoto, que era fã de tal trabalho e via sua carreira no basquete não indo muito longe.

Duncan Robinson comemora cesta de três por Michigan© Getty Images Duncan Robinson comemora cesta de três por Michigan

Isso que ela já tinha ido ‘longe demais’. Duncan sofreu no Ensino Médio, onde cresceu 28 centímetros em quatro anos e saiu de um pequeno armador de 1,67m, sem chances no basquete, para um ala-armador chutador de 1,95m. Por lá, sequer era titular na sua equipe até o 3º dos 4 anos.

Ala do Heat teve ótima atuação nos primeiros 12 minutos contra os Celtics© Fornecido por ESPN

Ala do Heat teve ótima atuação nos primeiros 12…

Depois, recebeu apenas apenas uma proposta universitária, de uma faculdade da 3ª divisão da NCAA (campeonato universitário dos EUA). Ele então foi para a Williams College, em Williamstown, Massachussets, e foi campeão em seu 1º ano. Com isso, conseguiu chamar atenção de Michigan, universidade que joga na elite e tem um famoso programa de basquete. Essa troca já foi uma virada incrível em sua vida, mas não parou por ai.

Em seus três anos, não chamou tenta atenção – inclusive, sua melhor temporada foi a 1ª. No último, quando, como já vimos, começava a aceitar o fim de sua vida no esporte, chegou à Final do March Madness, o principal torneio universitário do mundo. Mesmo vindo do banco, jogou 22 minutos, mas foi mal e viu Donte DiVicenzo, hoje dos Bucks, e Mikal Bridges, hoje dos Suns, comandarem o título de Villanova contra Michigan.

Duncan se inscreveu no draft da NBA, mas sabia que suas chances de ser selecionado eram pequenas… E ele realmente não foi. Mas Eric Spoelstra viu potencial naquele menino que acertou 42% de seus arremessos de três, chutando em média 5 por jogo, durante três anos em Michigan.

Conseguiu uma vaga na equipe da Summer League do Heat, e aí brilhou com médias de 12,3 pontos por jogo, acertando 58% nas bolas de três.

Duncan ia bem, conseguiu um contrato de duas vias, que o permitia transitar entre o time principal e o da G-League, e já superava algumas marcas históricas da franquia, mas agora o problema estava na sua cabeça.

“Ele quebrou basicamente todos os nossos recordes de tiro e ainda estava lutando com sua confiança e se ele pertencia aqui”, contou o treinador do Heat.

Antes de Robinson, apenas 5 jogadores que disputaram a 3ª divisão universitária chegaram na NBA, e isso fazia ele duvidar de si mesmo. Até que em uma conversa com Spoelstra, o ala-armador perguntou se o técnico conhecia a síndrome do impostor. “Se eu conheço? Eu vivi isso”, respondeu.

A síndrome do impostor é um fenômeno que faz pessoas capacitadas sofrerem de uma inferioridade ilusória, não se achando tão bons e subestimando as próprias habilidades. Spoelstra virou treinador da NBA em 2008, e em seu 3º ano recebeu um time com LeBron James e Chris Bosh, além de Dwyane Wade, que já comandava. O trio era maior que o técnico, que por muito tempo foi rotulado como ‘entregador de coletes’. E isso afetou sua confiança, mas ele conseguiu dar a volta por cima e provar seu valor – tanto que segue prestigiado no mesmo cargo até hoje, quando é finalista pela 5ª vez.

Nessa conversa com Robinson, que aconteceu antes do começo da atual temporada, Spoelstra martelou na cabeça do jogador os números incríveis que ele estava conseguindo dentro e quadra. O resultado? 73 jogos disputados na temporada, 68 como titular, e o melhor aproveitamento de três pontos da liga, com 44,6%, entrando em grupos seletos dignos de Stephen Curry e Klay Thompson. Nos playoffs, foi titular em todos os jogos do Heat e segue fundamental na equipe que dominou a conferência leste.

Agora o desafio é maior. Após finais de 3ª divisão e de 1ª divisão universitária, ele precisa ajudar sua equipe a buscar uma virada contra o Los Angeles Lakers nas Finais. Seu começo na série mais importante de sua vida foi muito ruim, mas uma coisa ele já deixou bem claro para nós: nunca duvide de Duncan Robinson.

 

Espn

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