Funcionária de usina é demitida por votar em Lula em Batayporã; casos explodem

Funcionária de uma usina de álcool e açúcar, a Laguna, denunciou que foi demitida, simplesmente por dizer que vota em Lula, do PT e não em Bolsonaro, do PL, em Batayporã. A empresa negou e fala em ‘‘reestruturação’’ da equipe. Casos como esse explodiram no 2º turno.

Conforme o site A Pública, primeiro a trabalhadora foi alertada que deveria votar ‘‘no candidato de seus patrões’‘. Depois, coagida abertamente por um supervisor. Conforme o registro feito pela funcionária, ela insistiu e disse que não mudaria seu posicionamento político.

Ainda segundo a reportagem, o chefe da vítima disse que, se não mudasse de ideia, as consequências viriam para ela no dia 25 de outubro. Foi nesse dia que a trabalhadora perdeu o emprego.

A empresa justificou que a demissão nada tem a ver com voto no PT e sim uma ‘‘restruturação de equipe de trabalho’‘. O argumento não convenceu a profissional, que garante ter sido demitida por causa da opção na eleição.

O detalhe é que a empresa doou R$ 588 mil para a campanha do atual presidente. A reportagem de A Pública tentou contato com a Usina Laguna por telefone e e-mail mas não obteve retorno até a publicação.

Carreata

A reportagem da Pública disse ter tido acesso a prints de conversas, entre funcionários da usina, que apoiam Jair Bolsonaro. Nas mensagens, eles debocham dos colegas de trabalho, que votam no PT e teriam sido obrigados a participarem de uma passeata e carreata a favor do presidente, nas ruas de Taquarussu, em 15 de outubro.

‘‘Eu rachei de rir deles’‘, teria dito um trabalhador bolsonarista ao colega, se referindo aos ‘‘petistas’‘.

O site diz ainda que vídeos registraram funcionários da Laguna dirigindo caminhões da empresa, adesivados com propaganda de Bolsonaro. Depois da manifestação, a empresa pagou rodadas de cerveja para todos os funcionários, de acordo com as fontes ouvidas.

Dependência

Um funcionário, que não teve o nome divulgado, contou à A Pública, que os trabalhadores da usina são moradores de cidades ou distritos próximos à empresa. As famílias seriam dependentes desse emprego, um dos poucos na região.

 

‘’… quando os supervisores ameaçam que a empresa vai fechar se o Lula ganhar, as pessoas ficam com medo de passar fome de verdade’‘, disse a fonte.

 

CONTEUDO MS

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