Frigoríficos tiram o pé do mercado e arroba estaciona acima de R$ 305 em SP, no MS R$ 295

O mercado brasileiro do boi gordo continua em ritmo moderado de negócios, refletindo a melhoria nas escalas de abate dos frigoríficos nas últimas semanas.

 

Com isso, o ambiente é de certa estabilidade nos preços da arroba em todo o País, apesar da continuidade da pressão baixista por parte dos principais compradores de boiadas.

Segundos dados apurados pela Scot Consultoria, nas praças de São Paulo, as cotações do boi e da vaca gordos ficaram estáveis nesta quinta-feira, 13 de maio, negociados em R$ 306/@ e R$ 284/@, respectivamente (preços brutos e a prazo).

 

A novilha gorda, porém, registrou queda diária de R$ 2/@ nas praças paulistas, para R$ 298/@ (nas mesmas condições de pagamento), acrescenta a Scot.

 

O analista Hyberville Neto, da Scot, prevê, no curto prazo, um cenário relativamente confortável – ao menos frente aos últimos meses – de compra de gado pelas indústrias brasileiras.

 

“Após esse período de final de safra, a tendência é que tenhamos uma lacuna na oferta de gado até a chegada de um volume maior de confinamento”, avalia Neto, acrescentando que, “se a demanda chinesa acelerar e o dólar ajudar, é provável que o mercado do boi gordo ganhe força em algumas semanas”.

 

Na avaliação da IHS Markit, a redução da capacidade diária de abate, visando reescalonamento de lotes, permitiu maior fôlego para unidades frigoríficas do País.

 

No entanto, informa a consultoria, há diversos relatos de indústrias que operam atualmente com margens negativas, mesmo com os novos patamares de preços da arroba, levemente abaixo das máximas.

 

“Frigoríficos exportadores também indicam que as vendas internacionais de carne bovina não são suficientes para manter a rentabilidade das operações”, relata a IHS.

 

Do lado de dentro da porteira, os pecuaristas seguem focados em driblar os altos custos de reposição e da ração, sobretudo as fazendas de menor porte, que têm baixo poder de barganha na compra de insumos e não atuam com integração lavoura-pecuária.

 

Segundo a IHS, a conta do confinamento não fecha para muitos pecuaristas. Diante disso, continua a consultoria, os boiteis de diversos grandes players do mercado se encontram lotados, enquanto as vacas que não servem mais para reprodução suprem, em parte, a demanda dos frigoríficos.

 

“Nesse cenário, podemos observar diversos relatos de novas restrições de oferta, criando a possibilidade de um novo movimento de alta de preços”, observa a IHS, acrescentando que o atual movimento dos contratos futuros do boi gordo na B3 (bolsa de mercadorias) dá indícios dessa situação. “Ao longo dos últimos dias, a tendência é claramente altista, com maior demanda pelos vencimentos de junho/21 e outubro/21”, observa.

 

No mercado atacadista brasileiro, os preços dos principais cortes bovinos, assim como do couro e sebo industrial, permaneceram estáveis nesta quinta-feira, informa a IHS.

 

Após as quedas de preços dos cortes dianteiros, observou-se maior demanda por parte dos consumidores, porém ainda insuficiente para gerar nova procura por reposição, relata a IHS.

 

Segundo a IHS, as flexibilizações das medidas de isolamento social (contra o avanço da Covid-19) não trouxeram a demanda esperada, gerando cautela nas aquisições de cortes bovinos pelas distribuidoras.

 

Dados Cepea – Enquanto os valores da arroba do boi gordo se enfraqueceram levemente nestas primeiras semanas de maio, os preços da carcaça casada bovina – negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo – estão mais firmes, segundo informa nesta quinta-feira o Centro de Estudos Avançados em Pesquisa Aplicada (Cepea).

 

Na parcial de maio (até o dia 11), o preço da arroba do boi gordo ficou R$ 6,69 acima do valor da carne, ante a diferença de R$ 11/@ registrada no mês anterior.

 

“Trata-se, também, da menor diferença desde janeiro deste ano, quando o preço da arroba do boi estava R$ 5,11 acima do da carne”, compara o Cepea, acrescentando que, em março deste ano, essa diferença chegou a ser de R$ 14,3, devido à forte valorização do animal para abate.

 

Cotações desta quinta-feira, 13 de maio, segundo dados da IHS Markit:

SP-Noroeste:

 

boi a R$ 310/@ (prazo)

vaca a R$ 292/@ (prazo)

 

MS-Dourados:

 

boi a R$ 295/@ (à vista)

vaca a R$ 285@ (à vista)

 

MS-C. Grande:

 

boi a R$ 298/@ (prazo)

vaca a R$ 285/@ (prazo)

 

MS-Três Lagoas:

 

boi a R$ 295/@ (prazo)

vaca a R$ 283/@ (prazo)

 

MT-Cáceres:

 

boi a R$ 300/@ (prazo)

vaca a R$ 290/@ (prazo)

 

 

ruralnewsms

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