Ex-funcionário do FMI revela o que pode levar o dólar americano ao colapso
O dólar norte-americano corre o risco de perder o status de moeda global dominante devido à dívida pública crescente dos EUA, segundo ex-executivo sênior do Fundo Monetário Internacional (FMI), Zhu Min.
O alerta do especialista vem à medida que os EUA esperam dobrar as ações de estímulo fiscal para aliviar as consequências econômicas da pandemia do novo coronavírus.
O Congresso americano está considerando uma nova rodada de alívio que provavelmente custará pelo menos US$ 1 trilhão (R$ 5,1 trilhões), além dos US$ 2 trilhões (R$ 10,4 trilhões) passados no início deste ano.
Segundo Zhu Min, diretor do Instituto Nacional de Pesquisa Financeira da Universidade Tsinghua em Pequim, há um risco crescente de uma súbita perda de confiança no dólar com a Reserva Federal dos EUA continuando sua política monetária agressiva de flexibilização quantitativa.
Perda de confiança no dólar?
“A preocupação não é se o dólar americano sofrerá um declínio acumulado de 30% no futuro, mas se haverá um evento de explosão que causará uma súbita perda de confiança no dólar e seu mercado entrará em colapso”, alertou o especialista ao jornal The South China Morning Post.
Min acredita que as empresas se tornaram muito mais vulneráveis globalmente do que durante a crise financeira global de 2008, porque o ambiente de baixa taxa de juros aumentou acentuadamente os empréstimos corporativos.
O funcionário explicou que, embora as medidas da Reserva Federal americana em facilitar as condições financeiras tenham conseguido impedir um novo declínio na economia, as empresas ainda podem ir à falência ao se adaptarem à nova norma na qual a retomada do trabalho deve coexistir com medidas de distanciamento social, porque a crise do coronavírus persistiu mais do que o esperado.
“A questão de saber se haverá uma crise financeira dependerá de uma grande empresa ser a próxima a entrar em falência, resultando em um salto no índice de inadimplência corporativa, levando a uma crise da dívida soberana”, finalizou.