Entidades médicas pedem liberação do fenol no Brasil
| Créditos: Divulgação/CFM
Henrique Chagas faleceu em 3 de junho após realizar um peeling com o produto em uma clínica na zona sul de São Paulo
Entidades médicas solicitaram à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a revogação da resolução que proíbe a venda e o uso de produtos à base de fenol no Brasil. O Conselho Federal de Medicina, a Sociedade Brasileira de Dermatologia e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica argumentam que a medida pode agravar quadros clínicos em pouco tempo.
A Anvisa restringiu a comercialização do fenol em 25 de junho, após a morte de Henrique Chagas, de 27 anos, que faleceu em 3 de junho após realizar um peeling com o produto em uma clínica na zona sul de São Paulo. A responsável pelo procedimento, Natália Becker, não tinha formação em medicina. As entidades médicas defendem que o uso do fenol é seguro e eficaz em diversas intervenções médicas, como tratamentos de tumores ósseos, metástases ósseas, hemorroidas internas, controle de sangramentos e manejo de dores crônicas não malignas refratárias.
Elas sugerem que a compra e o uso do fenol sejam restritos a profissionais formados em medicina. Em coletiva de imprensa, o presidente do Conselho Federal de Medicina, José Hiran Gallo, afirmou que as tratativas com a Anvisa têm sido produtivas e que aguardam uma resposta positiva da agência, após o envio de documentos e estudos sobre o uso do fenol em várias especialidades médicas.
O presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Heitor Gonçalves, destacou que a suspensão do fenol impede o exercício médico e priva os pacientes de uma modalidade terapêutica importante. Ele ressaltou que a proibição afeta principalmente dermatologistas e cirurgiões plásticos, mas também outras especialidades que utilizam o fenol há décadas. Gonçalves explicou que, sem o produto, alguns casos se tornam cirúrgicos, já que o ácido é a primeira escolha para determinados tratamentos.