Desvio de propósito: Igrejas e “Líderes Religiosos” na encruzilhada entre Fé e Política

 Créditos: Reprodução / Diocese Governador Valadqares

 

Em meio a debates acalorados sobre o papel das igrejas na sociedade, cresce a preocupação com o desvio de propósito de algumas instituições religiosas, afastando-se de sua missão primordial voltada ao reino de Deus. O embate entre o papel político e a missão espiritual ganha destaque, revelando uma controvérsia que desafia os princípios ensinados por Jesus Cristo.

O questionamento sobre a postura das igrejas em relação ao Estado e à política tem se intensificado, levando alguns líderes religiosos a adotarem uma abordagem que, para muitos, extrapola os limites de sua verdadeira vocação. A necessidade de representação legal e a defesa de direitos e crenças têm levado algumas igrejas a se envolverem diretamente na arena política, transformando seus púlpitos em palanques.

Entretanto, a história mostra que, ao se submeterem ao Estado, as igrejas muitas vezes falharam em sua missão. Em meio a esse dilema, surge a indagação sobre a ordem deixada por Jesus e o discurso ensinado aos Apóstolos. Uma passagem de Mateus 10:5-10 é frequentemente citada para destacar a orientação de Jesus aos doze apóstolos.

A ênfase do texto bíblico recai sobre a missão de buscar as ovelhas perdidas da casa de Israel, curar enfermos, ressuscitar mortos e pregar que o reino dos céus está próximo. A ênfase não está na participação ativa na política, mas sim na propagação do evangelho e na prática da compaixão e ensinamentos sagrados.

A crítica se intensifica quando líderes religiosos parecem priorizar interesses políticos em detrimento da missão espiritual. A questão do livre-arbítrio e da dependência de Jesus Cristo surge como ponto central, sendo considerados princípios fundamentais que não devem ser negligenciados.

O caso específico do padre Kelmon, que se declara pré-candidato à prefeitura de São Paulo, matéria da Jovem Pan reproduzida nesta quarta-feira pelo Conteúdo MS levanta questões sobre as reais intenções das igrejas. A escolha de um pastor como vice reforça a percepção de uma ligação cada vez mais estreita entre religião, comércio e política, deixando muitos cristãos em uma posição desconfortável.

Diante desse cenário, a voz crítica da jornalista católica Alcina Reis se faz presente, ressaltando a necessidade de os líderes religiosos focarem em suas responsabilidades espirituais. A reflexão sobre o verdadeiro propósito da igreja e a busca direta a Deus se tornam, para ela, uma alternativa mais coerente diante das incertezas geradas pelo envolvimento político das instituições religiosas.

Conclusão: À medida que a sociedade observa o crescente envolvimento político de algumas igrejas e líderes religiosos, a reflexão sobre o papel fundamental dessas instituições na disseminação da fé e valores espirituais torna-se imperativa. O debate sobre a separação entre religião e política continua a desafiar as tradições, enquanto a busca pela orientação divina permanece como um farol na encruzilhada entre fé e poder.

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