Curitiba e Porto Alegre, de modelos a alvos da Covid-19 | 50 anos do Tri

16.06.2020
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Olá, bom dia.

Para começar esse resumo de notícias. A prefeitura de Curitiba se viu obrigada a determinar o fechamento de atividades na cidade na segunda-feira (15). No último sábado (13), um decreto foi assinado e mudou a bandeira da situação do surto de coronavírus em Curitiba: de amarela para laranja; entenda na reportagem de Roger Pereira e veja os números da capital paranaense.

O que mudou. A Secretaria Municipal de Saúde proibiu a abertura de academias e clubes, igrejas, praças e parques, bares e casas noturnas, mas manteve shoppings abertos em períodos reduzidos (veja o que abre e fecha). A prefeitura, inclusive, obteve uma liminar contra manifestações de associações de bares e de centros de educação física, confira na reportagem de Catarina Scortecci. O executivo local, contudo, não resistiu à pressão empresarial e as academias foram liberadas.

Escalada de óbitos. Além da escalada de casos Curitiba, mais 10 municípios do Paraná tiveram aprovação no estado calamidade pública. Após o registro da primeira morte por Covid-19, o Paraná levou pouco mais de dois meses para chegar a 200 óbitos pela doença, o que ocorreu entre os dias 2 e 3 de junho. Em dez dias, entre 12 e 13 de junho, passou de 300. Nesta segunda (15), bateu 334 registros (veja o último boletim).

O pior pela frente. Segundo o CRM-PR e a Sociedade Brasileira de Infectologia, essa deve ser a pior semana da epidemia no estado até agora. De Curitiba, Leonardo Coleto traz mais informações da SBI e da Secretaria de Saúde de Curitiba, que alertam para o risco de colapso nas UTIs da capital. E há fortes motivos para que a previsão se concretize. Clique no botão a seguir e confira:

Quero entender como o Paraná atingiu a terceira maior taxa de transmissão do coronavírus no Brasil, agora em 1,5 por caso
Podcast 15 Minutos
A cidade que acreditava estar vencendo a Covid-19, afrouxou isolamento e agora está com medo
Utilidade Pública
Novo decreto de Porto Alegre. Após aumento súbito de casos de coronavírus, a partir desta terça (16), somente empresas com faturamento anual inferior a R$ 4,8 milhões poderão operar em Porto Alegre. O decreto retira escritórios de advocacia de serviços essenciais. Em shoppings, só podem abrir farmácias, bancos, lotéricas, correios e lojas com faturamento limitado. Restaurantes, bares, padarias e lojas de conveniência podem atender até às 23h. Saiba mais sobre a capital gaúcha e confira neste link o novo decreto de Porto Alegre para coronavírus. O estado tem 15.438 casos e 360 mortes.

Atualização nacional. Nesta segunda-feira (15), o Brasil registrou 627 óbitos pela doença e 20.647 novos casos e, certamente, baterá 44 mil óbitos totais nesta terça (16). Confira os novos números divulgados pelo Ministério da Saúde e aproveite para entender na reportagem de Giulia Fontes se incentivar a entrada forçada em hospitais para filmagens, como pediu o presidente Jair Bolsonaro em transmissão online, é crime.

Cloroquina e câmaras de desinfecção. Também nesta segunda (15), o Ministério da Saúde estendeu o uso da cloroquina para crianças e gestantes para o tratamento de coronavírus. Por outro lado, os EUA revogaram autorização de uso do medicamento contra Covid-19. Já a Anvisa alerta: câmaras de desinfecção contra coronavírus têm efeito limitado; leia na reportagem de Adriano Justino.

Reabertura e volta atrás. Nesta semana, a Europa começa a reabrir fronteiras, mas mantém a restrição a pessoas outros continentes. Já a capital da China, Pequim, registrou 36 casos no domingo e ampliou o lockdown em bairros da cidade. Aproveite e confira na reportagem de Isabella Mayer os líderes mundiais que se fortaleceram e os que enfraqueceram na pandemia.

Tudo sobre o coronavírus
Podcast 15 Minutos
Minuto Coronavírus: Entenda em um Minuto
ESPECIAL 50 ANOS DO TRI
Esportes. Dia 21 de junho de 1970. Brasil e Itália realizam a final da Copa do Mundo do México. Cinquenta depois, a Gazeta do Povo celebra meio século de uma das maiores conquistas do esporte nacional.

Política & Economia
Sara Winter . Presa na manhã desta segunda-feira (15), a militante bolsonarista Sara Winter deve responder por crimes de associação criminosa e, de acordo com a Procuradoria-Geral da República, o grupo liderado por ela pode ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional. Confira o que embasa a prisão de Sara Winter e saiba também os crimes que os manifestantes podem ter cometido ao simular um ataque com fogos de artifício contra o STF.

Abraham Weintraub. Após encontrar manifestantes pró-governo no domingo (14), o ministro da Educação foi multado pelo Distrito Federal por não utilizar máscara como medida preventiva de contenção ao coronavírus. Ele reclamou e disse que não foi notificado. No encontro com manifestantes, Weintraub disse novas frases polêmicas e há boatos de que, por pressão de integrantes do governo e do Judiciário, o ministro pode ser demitido. Até mesmo Bolsonaro criticou o subordinado.

Contra o racismo. Após um homem negro ser morto a tiros por um policial em Atlanta, na Georgia (EUA), os protestos antirracistas que ocorriam por conta da morte de George Floyd se intensificaram. O restaurante onde a vítima, Rayshard Brooks, morreu foi incendiado em retaliação. A chefe da polícia local, Erika Shields, pediu demissão. O atirador foi demitido. A polícia divulgou o vídeo e, com os pedidos de mudanças na legislação, o presidente Donald Trump planeja assinar um decreto para reformar as polícias norte-americanas.

O mais importante de ontem no Brasil

Época de seca se aproxima. O que o governo fez para se prevenir das queimadas em 2020

Em entrevista. Bolsonaro alega “interferência brutal” do STF na PF e critica autonomia a estados e municípios na Covid-19

Inquérito. Ministro da Justiça determina investigação de charge que associa Bolsonaro ao nazismo

Após BB. TCU investiga se Caixa faz publicidade em sites suspeitos de fake news

Colunas & Artigos
Vozes na Gazeta. Em uma seleção de dicas de leitura para sua semana, destacamos algumas. O escritor Guilherme Fiuza fala sobre escravidão, vacina, lockdown e “feitiçaria”. Rodrigo Constantino e Renan Santos comentam a prisão de Sara Winter. Madeleine Lacsko escreve sobre humanidade e desumanidade e Diogo Schelp questiona: Por que é difícil acreditar nos fatos da pandemia?

Ciência e desinformação. Recentemente a revista científica britânica The Lancet, existente desde 1823, provocou confusão sobre os resultados da eficiência da cloroquina no tratamento da Covid-19. Tiago Cordeiro explica como funciona a publicação de artigos científicos – e por que erros como da “Lancet” acontecem. Mestre em Economia, Maurício F. Bento complementa o debate ao escrever por que a inovação vai derrotar o coronavírus e a crise de saúde.

Alexandre Garcia
As perigosas brigas que podem levar a uma crise institucional por egos e vaidades
Luiz Felipe Pondé
Derrubando estátuas
Nossa visão
Derrubando o passado. Em editorial, a Gazeta do Povo comenta uma recente prática de manifestantes pelo mundo: a de derrubar e vandalizar estátuas históricas. Leia o editorial: Derrubando o próprio passado.

Se não aprendermos a olhar os aspectos positivos da contribuição dos homens que deixaram marcas importantes na história estaremos condenados a um revisionismo contínuo, incessante e doentio. E isso não faz sentido. Churchill pode ter expressado preconceitos da época, o que não diminui o fato de ter liderado a nação que lutou por longo período sozinha contra a Alemanha Nazista. Colombo, como homem de sua época, pode não ter se insurgido contra a escravidão, mas fez da coragem e do fato de ser um visionário uma contribuição extraordinária para a humanidade.
Para inspirar
Em casa. Em reportagem especial para a Equipe Sempre Família da Gazeta do Povo, Lucian Haro mostra como realizar uma regressão no aprendizado durante a quarentena e, ao mesmo tempo, incentivar os filhos a estudarem no período de isolamento.

Tenha uma ótima semana!

Giorgio Dal Molin
Editor da Gazeta do Povo
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