Copom espera reversão da alta ‘extraordinária’ da inflação

O Copom (Comitê de Política Monetária) diz esperar uma reversão na “elevação extraordinária dos preços de alguns produtos”.

A alta nos índices de inflação registrada nos últimos meses, segundo analisa o comitê, foi impulsionada pela depreciação persistente do real, pela elevação dos preços das commodities e pelos programas de transferência de renda adotados durante a pandemia de covid-19.

Os auxílios emergenciais pagos aos mais vulneráveis resultaram na queda provisória da oferta em conjunto com o aumento ocasional na demanda. “Dessa forma, apesar de a pressão inflacionária ter sido mais forte que a esperada, o Comitê mantém o diagnóstico de que esse choque é temporário, mas monitora sua evolução com atenção”, disse.

A ata do Copom foi divulgada nesta 3ª feira (3.nov.2020). Eis a íntegra (294 KB).

Na última reunião, realizada em 27 e 28 de outubro, o colegiado manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 2% ao ano. A decisão foi unânime e era esperada pelo mercado financeiro.

A taxa de juros é a principal ferramenta para controlar a inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

A inflação tem superado as expectativas dos economistas do mercado financeiro nos últimos meses, puxada, principalmente, pelos preços dos alimentos. Em setembro, o IPCA foi de 0,64%, o maior patamar para o mês desde 2003.

A prévia da inflação de outubro, medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), atingiu 0,94% –o maior resultado para o mês desde 1995.

Para cumprir a meta de inflação de 2020, o BC precisa que o índice fique na faixa de 2,5% a 5,5%, sendo que o centro da meta é 4%. Os operadores do mercado financeiro estimam que ficará em 3,02%, segundo o Boletim Focus do Banco Central.

“As projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 3,1% para 2020, 3,1% para 2021 e 3,3% para 2022. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2020 em 2,00% a.a. e se eleva até 2,75% a.a. em 2021 e 4,50% a.a. em 2022”, afirmou o comitê.

A Selic está em 2% ao ano desde agosto de 2020. Foi a 2ª vez consecutiva que o Copom decidiu manter os juros nesse patamar. Os encontros são feitos a cada 45 dias. Em setembro, o colegiado interrompeu o ciclo de 9 cortes na Selic consecutivos.

 

Fonte: Poder360

 

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