Contrato da “Rodoviária velha” sobe para R$ 18 milhões e entrega só sai no fim do ano

Requalificação da “rodoviária antiga” é prometida desde 2019, deveria acontecer para aniversário de 124 anos de Campo Grande – Marcelo Victor/ Correio do Estado

Publicado no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) desta quarta-feira (24), o valor do contrato para requalificação da área pública do terminal rodoviário Heitor Eduardo Laburu, a popularmente conhecida “Rodoviária Velha”, subiu para mais de R$ 18 milhões, sendo que a entrega prevista para 05 de fevereiro, segundo a Secretaria Municipal De Infraestrutura E Serviços Públicos (Sisep), irá atrasar.

Conforme o texto publicado no Diogrande de hoje (24), nesse terceiro termo aditivo o contrato passa de R$ 17.491.187,49 para R$ 18.110.978,49. Inicialmente, o valor do contrato firmado entre a Prefeitura e a NXS Engenharia era de R$16.598.808,77.

Em nota, a Pasta afirma que a obra no terminal Heitor Laburu está em fase final da construção das estruturas e, agora, conforme a Sisep, começou a instalação da estrutura da fachada metálica.

“A próxima etapa será a execução da parte de alvenaria e instalações elétricas e hidráulicas. A previsão de conclusão é até o final do ano”, expõe a secretaria.

Avaliação popular

No local, é notável pelo andamento da obra que a entrega não acontecerá em fevereiro, como previsto. Apesar da presença de trabalhadores, inclusive, na manhã de hoje, a população do entorno indica que os serviços retornaram há pouco.

“Agora que eles deram uma pegada, de uns 10 dias para cá que começaram a soldar os ferros, acho que estão fazendo as caixarias, já jogaram as colunas de concreto e estão colocando para fazer a lage”, expõe Thiago da Silva, de 26 anos.

Trabalhando com corte em acrílicos há cerca de cinco anos na região próxima à rodoviária, na rua Dom Aquino, ele diz que há tempos acompanha essa novela. Segundo ele, o principal reflexo do trabalho é a redução no número de usuários de drogas em via pública que andam pelo local.

“A Guarda Municipal tem feito rondas constantes por aqui. Sei que ficam em um tipo de trailer na parte de trás [da rodoviária], e o volume de usuários está diminuindo”.

Mario Jorge, de 44 anos, que trabalha na conveniência em frente à rodoviária, possui outro empreendimento no local e mora há mais de 20 anos na região, confirma que as obras foram retomadas há pouco tempo e se diz não tão otimista em relação aos prazos.

“Termina nunca isso aí, o pessoal deve estar colocando esse dinheiro no bolso. Tenho outra loja na esquina, disseram que a previsão era acabar ano passado, prorrogaram para esse ano, mas tá com cara de que não vai acabar nunca”, expõe.

Ainda, ele evidencia que espera o término dessa obra só para o próximo ano, com expectativa de que – após pronto – a região em si melhore, mas ressalta o medo que a população nutriu por esse espaço.

Para Mario Jorge, o medo se dá pelo fato da presença de usuários de drogas e cita que a Guarda Municipal até passa pelo local, “mas volta e meia fazem vista grossa”. Conforme o empresário, houve uma operação para retirada dessas pessoas da região, que se alocaram a uma quadra de distância.

“A sensação de segurança é zero. Tem mais de 20 anos que eu moro aqui, então não tenho medo porque conheço todos esses que estão aí. Mas quem é de fora tem medo, antes vinham e nem chegavam na minha loja com medo de ser assaltado ou roubado”, revela.

Relembre o andamento

Ainda em 1º de agosto de 2023 a Sisep sinalizou a retomada das obras na antiga rodoviária da Capital, de lá para cá até mesmo o Governo do Estado entrou na história, em outubro do ano passado, com a liberação de R$ 3,5 milhões para destravar as obras.

Importante lembrar que a requalificação da “rodoviária antiga” é prometida desde 2019, deveria acontecer para aniversário de 124 anos de Campo Grande.

Ao todo, conforme o projeto, haverá revitalização de 11,9 mil metros quadrados de área pública dividida entre o prédio da antiga rodoviária, a área onde ficava o terminal de ônibus do transporte coletivo e o quadrilátero de calçadas das ruas Joaquim Nabuco, Dom Aquino, Vasconcelos Fernandes e Barão do Rio Branco.

Cabe pontuar que, por ser particular, o edifício onde funcionavam as lojas ficou de fora da obra. A revitalização compreende ainda as plataformas de embarque e desembarque (térreo) e onde eram vendidos os tíquetes para viagens (piso superior).

No local, devidamente adequado conforme as regras de acessibilidade, deverá funcionar um estacionamento com 69 vagas, sendo 50 convencionais, nove para idosos, sete acessíveis e três para viaturas, além de sede da Fundação Social do Trabalho de Campo Grande (Funsat) e Guarda Municipal.

Já em 05 de outubro do ano passado, a Sisep anunciou a reprogramação das obras, já que foi constatado um erro no tamanho do maquinário adquirido para base da edificação.

Nessa ocasião, através da Sisep, o Executivo indicou que as obras deveriam ser entregues até 05 de fevereiro.
**(Colaboraram Neri Kaspary e Judson Marinho)

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