Cáceres-MT recebe plenária para discutir as Rotas de Integração Sul-Americana

“Não há Brasil forte sem olhar para o interior”, afirmou a ministra Simone Tebet.

Ministra Simone Tebet durante plenária sobre as Rotas de Integração Sul-Americana, em Cáceres-MT. Foto: Washington Costa

O município de Cáceres, no Mato Grosso, recebeu nesta manhã (21/06) comitiva do Governo Federal, liderada pela ministra Simone Tebet, para discutir o projeto das Rotas de Integração Sul-Americana. O estado do Mato Grosso é diretamente beneficiado pela Rota 3, a Quadrante Rondon. As rotas de integração têm o duplo papel de incentivar e reforçar o comércio do Brasil com os países da América do Sul e reduzir o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre o Brasil e diferentes mercados emergentes da Ásia. Os ministros Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional) e Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) também participaram da plenária.

Na abertura da plenária, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, ressaltou que o evento era o momento de apresentar as rotas, mas também de escuta e devolutiva aos estados. Tebet explicou que as cinco rotas se complementam, e levarão desenvolvimento ao interior do país. “Não há Brasil forte sem olhar para o interior”, afirmou.

A ministra falou sobre a necessidade de diminuirmos as desigualdades regionais, em especial nas áreas de fronteira. “Nós sabemos que a cara mais pobre do Brasil, lamentavelmente está na fronteira. E outro recorte triste, é sempre uma mulher, é sempre uma mulher negra. É possível que as riquezas cheguem a todos”. Ela ressaltou que o projeto das rotas tem a potencialidade de desenvolver o interior do país, gerando mais empregos e o crescimento da renda da população.

Sobre os recursos para o financiamento de infraestrutura na América Latina, Tebet destacou o esforço do MPO junto aos bancos de desenvolvimento. “Nós temos orçamento (PAC), mas e os nossos vizinhos? Como eles farão obras? Nós fizemos uma carteira de investimentos de US$10 bilhões (cerca de 50 bilhões de reais) com os bancos de desenvolvimento (BID, CAF, Fonplata e BNDES), para financiar obras de infraestrutura dos países vizinhos”. A ministra explicou ainda que os recursos disponibilizados pelo BNDES serão destinados apenas ao financiamento de projetos em estados e municípios brasileiros, totalizando US$ 3 bilhões.

O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, salientou que as rotas de integração beneficiarão todo o país e não apenas os estados pelos quais elas passam. “O que foi apresentado aqui, pela ministra Simone Tebet, é uma transformação. Quem produz, sabe do custo que é a logística. Tudo que ela apresentou para o Brasil, todas essas rotas, beneficiarão o país inteiro”.

Já o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou as potencialidades nas relações comerciais na América Latina e o comércio com a Ásia, ressaltando que “essa é uma região (fronteira do Mato Grosso) que está à espera de oportunidades”, e que as rotas abrem esse caminho.

Eliene Liberato Dias, prefeita de Cáceres, ressaltou a importância do projeto para o município e as oportunidades de desenvolvimento da região. “Existe um compromisso, senão vocês ministros não estariam aqui. E existe a certeza de que nós temos como competir. Nos temos produtos e riquezas, mas nada disso se projeta se não tivermos investimentos em infraestrutura e logística”, afirmou. A prefeita citou que 10 mil famílias do município dependem de assistência social do governo. “Não podemos aceitar o Mato Grosso tão pungente, que alavanca o Brasil, e nossa região com 22 municípios e 500 mil habitantes ainda sofra”.

Represento um dos países vizinhos, a Bolívia, o secretário de Obras Públicas do Governo Autônomo do Estado de Santa Cruz, Luiz Fernando Terceros, ressaltou que existe espaço para expansão dos negócios com o Brasil. “Este projeto apresentado pela ministra, do qual nós fazemos parte e acreditamos, é fundamental para novos negócios”.

Ao todo, o projeto das Rotas de Integração Sul-Americana prevê 10 obras de infraestrutura no Mato Grosso, todas já incluídas no Novo PAC e com recurso garantido no orçamento federal.

 

Fonte: Ministério do Planejamento e Orçamento

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