Bolsonaro vem ao MS após entrar para o “Ninho Tucano”

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O palco está armado, e as luzes começam a focar no próximo ato: a chegada de Jair Bolsonaro. Prestes a entrar em cena, o ex-presidente prepara-se para testar sua popularidade em um cenário diferente, após ingressar no “ninho tucano”, deixando para trás os antigos aliados.

Em Campo Grande e Dourados, os candidatos Beto Pereira e Marçal Filho ensaiam seus discursos, prontos para alinhar seus passos com o novo companheiro de palco. A data exata do grande espetáculo ainda é um mistério, mas o compromisso já está firmado: Bolsonaro virá. A grande questão é se ele ainda tem o mesmo magnetismo, agora que trocou de figurino político.

O clima nos bastidores é de expectativa misturada com um leve desconforto. Os líderes do PL, que já estavam incomodados com as recentes decisões do partido, não mostram o mesmo entusiasmo de outras vezes. A escolha do Tenente Portela, presidente da sigla emMS, para favorecer sua filha com uma verba eleitoral polpuda deixou um gosto amargo entre os demais candidatos, que se sentem esquecidos.

Enquanto isso, os tucanos apostam todas as suas fichas na presença de Bolsonaro. Para Beto Pereira, a esperança é que o apoio do ex-presidente lhe dê um novo gás, especialmente após ser liberado para concorrer, mesmo com seu nome na lista de ficha suja do TCE. As conversas nos corredores indicam que Bolsonaro teve um papel crucial ao convencer o PL a desistir de uma candidatura própria, optando por apoiar os tucanos nas duas principais cidades do estado, garantindo para o PL a vaga de vice.

Em Dourados, Gianni Nogueira, esposa do deputado federal Rodolfo Nogueira, compõe a chapa com Marçal Filho. Já em Campo Grande, o posto de vice de Beto ficou com a Coronel Neidy, uma escolha de Bolsonaro que contrariou os planos de Portela para sua filha.

O PSDB, conseguiu convencer Bolsonaro a romper com uma antiga aliada, Tereza Cristina, e a apoiar os tucanos nas maiores disputas do estado. Agora, o cenário está dividido: de um lado, os tucanos esperam conquistar os eleitores de direita com o peso de Bolsonaro; do outro, Adriane Lopes, com ficha limpa e o apoio vigoroso da senadora Tereza Cristina.

E assim, a política sul-mato-grossense segue seu curso, com passos ensaiados e alguns improvisos.

Após essa reviravolta, será que Bolsonaro ainda está com essa bola toda?

 

Por Alcina Reis

Jornalista Alcina Reis | Créditos: Arquivo pessoal

 

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