Ivátakoku kalivôno ivu’íxo ivú’eti… “kalíke pánguna”

Por  Rosildo Barcellos

Acredito ser ponto pacífico o fato de que o uso da “cadeirinha” (equipamento de retenção) e de segurança, reduz o risco de lesões e óbito das crianças nos acidentes automobilísticos. Em função da Resolução Contran 277/08; que preconiza que crianças de até sete anos e meio deverão ser transportadas obrigatoriamente no banco traseiro utilizando dispositivo de retenção. A alegria está em comemorar o resultado da norma “famosa” que após alguns anos de vigência pode ser medido estatisticamente e de fato foi constatado pela Polícia Rodoviária Federal, que apontou uma diminuição de 41,18% no número de mortes de crianças nesta faixa etária, nesse período. Os números apresentados mostram que 40 crianças de até sete anos morreram em acidentes no primeiro semestre de 2011. Sendo que em 2020, haviam sido 68 óbitos no mesmo período, e esses números vem diminuindo, no decorrer dos anos, mesmo com o aumento da frota (dados de antes da Pandemia). Na verdade, ressalto que o simples uso da cadeira já diminui a mortalidade das crianças (um a quatro anos) em 47% e as lesões em 22% a 50%, dependendo da gravidade da colisão. Quando utilizada corretamente, os números são ainda mais alarmantes, com redução de até 71% na mortalidade e de 67% a 69% nas lesões graves com necessidade de hospitalização. Tenho observado que apenas 41% das crianças de um a quatro anos utilizam o equipamento correto para sua idade. Estimo que mais de 40% das crianças que usam a cadeira de segurança, ainda têm risco de lesão, pelo fato de não estarem corretamente instaladas.

Ngutípoa kónokea óvea ne kalivôno xoko” kali pánguna” enepo ivu’íxoa ne aútu (ivú’eti), motovâti ákoyea síma yupíheova óko’ókeovo enepo ava koeku ne ivú’eti koáne motóvamaka ákoyea sima ivókeovo.

Anéye ra íhauti hesolusaum, lêi nókone hókea ne avékoti aútu/ koáhatimaka Contran 277/08; koyúhoti kónokea uhá koeti kalivôno setí koêti xoénaina óvea ikénetike (akéneke avékoti ou, akéneke há’íne avekoti), xoko pánguna koêku ivú’íxea xané kixoâti ne iká’o, kotiú’ikoati.

Elókea vokóvo noxópa ûti pôreo enepora hókea ûti ne lei, ike póhuti xoénae, nóxoa ûti xokoyora íhauti istatistika – kayumákexopovo yéakeye asidenti ya kúveo xêne, ítukeovo Polícia Rodoviária Federal, exókovea enó’iyea poké’exea ya 41,18% kalivôno ivohíkovoti itopónotine póhuti xoénaena. Kayumákexopovone yé’akeye kalivôno ivohíkovoti ya inúxoti sei koêti kohê ya 2010, itóponoa 40 koêti kalivôno tukú koeti seti koeti xoínaena.

Yá 2020, 68 kôe kalivôno ivohíkovoti ya asidentike. Ngóxunakoa ngoyúhoyea itúkeovo vo’oku óvea xoko kali pángunake ne kalivôno ivu’íxo itúkeovo énomone poke’éxoa yé’akeye ívohikeovo ( ukeâti póhuti yonoti kuaturu koêti xoínaena) ya 47% yoko okó’okovoti ya 22% yonoti 50%, haramaka exôa itóvoku xunáko ipúsokeovo ne ivú’eti.

 

* Articulista. Foi jurado do Miss Beleza Indígena. O texto, de sua autoria, foi extraído do livro Estórias e Histórias que a vida nos faz contar, traduzido para a língua Terena por Lindomar Lili Sebastião, Doutoranda em Antropologia pela PUC/SP. ”Ivátakoku kalivôno ivu’íxo ivú’eti … kalíke pánguna” – “Lugar de criança é … na cadeirinha”. É Acadêmico Imortal da Academia Independente de Letras / Respectus (AIL) Ordem Scriptorium.

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