Após reunião com clubes, SP mantém veto a partidas de futebol
Após reunião entre FPF (Federação Paulista de Futebol) e membros do gabinente de crise da covid-19 do MPSP (Ministério Público de São Paulo) na noite de segunda-feira (15), o governo de SP resolveu manter a paralisação dos jogos de futebol e as atividades religiosas de caráter coletivo.
Os argumentos apresentados pelos representantes do MPSP, após orientação dos médicos que formam o gabinete de crise, reiteraram os altos índices de ocupação de leitos de UTI em todo o Estado e a maior transmissibilidade de novas variantes do coronavírus, que exigem, para o enfrentamento da pandemia, a menor circulação de pessoas possíveis.
Segundo nota, a Federação, por outro lado, apresentou um estudo e uma proposta, com respaldo médico e científico, que embasaram o pedido de liberação parcial do futebol neste período. A ideia era ter “menos jogos, menos pessoas envolvidas, testes antes e depois de cada partida e uma ‘bolha de segurança’ para atletas e comissões técnicas”.
Bolha do futebol
Um dos principais argumentos a favor da FPF é justamente a bolha de segurança. A nota da Federação revela que, com a paralisação, mais de 3.000 atletas, membros de comissões técnicas e funcionários param de ter o controle feito por “rigorosos protocolos de saúde, com testagens semanais e acompanhamento médico diário”.
“O rígido controle faz com que o futebol tenha uma taxa de infecção de 2,2% —15 vezes inferior à taxa do Estado de São Paulo e menor do que a metade do que o número recomendado pela OMS para controle da pandemia (5%). E, como a grande maioria dos atletas que contraíram covid-19 são assintomáticos, esta testagem ativa permite identificar e isolar imediatamente o profissional, evitando a contaminação de mais pessoas”, diz a nota da FPF.
Para conseguir manter o futebol mesmo em Fase Emergencial, a FPF diz ter estudado alternativas para a realização das partidas das Séries A1, A2 e A3. A ideia era retomar as “Bolhas de Segurança”, com as delegações testadas e isoladas em hotéis ou CT (centros de treinamento) até o fim do período emergencial.
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A ideia era que os clubes não tivesse qualquer contato com o mundo externo, se deslocando apenas entre estádios e alojamento, com testagens antes e depois de cada partida. Além disso, o número de profissionais envolvidos na operação de uma partida de futebol seria reduzido em 70%.
O plano também previa a redução de 56% da quantidade de partidas disputadas durante a Fase Emergencial, com a suspensão temporária da A3 e parcial da A2 do Campeonato Paulista — a Série A1 teria os 24 jogos realizados.
“A FPF esclarece que, embora todas as medidas tenham sido bem recebidas pelo Governo de São Paulo e pelo Ministério Público, o pleito foi rejeitado sob argumentos que fogem de qualquer conceito médico e científico já visto mundialmente no combate à covid-19. Nesta tarde (16), a FPF e os clubes das Séries A1, A2 e A3 se reunirão novamente para discutir as medidas que serão tomadas, garantindo a conclusão das competições em suas datas programadas”, completa a nota da FPF.