Grávida de 9 meses, mãe de bebê afogado na banheira pelo pai quer acompanhar júri em Campo Grande

“Meu mundo desabou, não acreditava no que tinha acontecido”, fala Thayelle Cristina Bogado de 23 anos, mãe do bebê Miguel Henrique dos Reis Zenteno, morto afogado em uma bacia pelo próprio pai, Evaldo Christyan Dias Zenteno, que vai a júri popular nesta quarta-feira (25), em Campo Grande, pela morte da criança.

Thayelle disse ao Jornal Midiamax que não acreditava que seu filho tinha morrido, ainda mais da forma como aconteceu. “Só acreditei quando vi ele (Miguel) no caixão”, fala a jovem que deve vir para Campo Grande para assistir ao julgamento de Evaldo. Ela ainda diz esperar pela pena máxima para o ex-marido, “Não é pai é um monstro”.

Na semas seguintes a morte do filho, Thayelle não conseguia entrar no quarto onde o bebê dormia ou mexes na coisa de Miguel. Ela teve muita ajuda a mãe e da avó, onde passou a ficar por alguns tempos já que não conseguia nem entrar na sua própria residência que trazia várias lembranças de Miguel.

Ela também lembra que teve de procurar um médico para tomar remédios e conseguir dormir. Até hoje, a jovem faz acompanhamento psicológico por causa da perda do filho. Mas, o que um dia foi escuridão na vida de Thayelle agora a luz se fez.

A jovem que está em um novo relacionamento espera pelo seu segundo filho. Grávida de 9 meses, Thayelle será mãe novamente de um menino, que se chamará Ravi. Ela ainda fala que Miguel nunca será substituído e que Ravi será uma outra alegria na sua vida. “É um renascimento”, termina Thayelle.

Thayelle ainda fala que nunca teve medo de Evaldo fazer algo contra o filho do casal, já que quando estavam juntos sempre cuidou bem do bebê. O medo era que ele tentasse fazer algo contra ela, já que era muito possessivo e grudento.

Relembre o caso

Um dia antes ao crime, que aconteceu no dia 18 de setembro de 2019, Evaldo pediu o carro emprestado a um amigo, um estudante de 25 anos, que conhecia há cerca de seis meses. Como já tinha emprestado algumas vezes, o rapaz não negou e emprestou o veículo. Evaldo devolveu o carro às 19h30, sendo que pediu ao amigo para deixá-lo no Lago do Amor.

Já na manhã do dia 19 de setembro, Evaldo ligou cedo, por volta das 6h50, e pediu o veículo novamente, dizendo que iria visitar um avô que estava internado. Novamente o amigo emprestou. No horário do almoço, Evaldo e Miguel foram até o local de trabalho do estudante, na região central da Capital, onde almoçaram. O amigo informou, conforme boletim de ocorrência, que não notou comportamento estranho de Evaldo com o filho.

Ao terminar o almoço, ele saiu por volta das 14h, sendo que o amigo combinou que ligaria no horário que fosse sair do trabalho, por volta das 19h. O estudante contou que recebeu uma ligação às 17h40, onde o rapaz dizia que foi assaltado, que os bandidos teriam jogado a criança no rio e após socorrer o filho, levou ao hospital. Quando chegou na Santa Casa, o amigo encontrou Evaldo na presença de alguns policiais.

Depoimento Evaldo

Evaldo prestou depoimento em audiência e disse que viu quando o filho estava se afogando na bacia. Ele contou que no dia do crime teria colocado o filho para tomar banho na bacia, e que ele estava ainda um pouco sonolento, mas mesmo assim deixou o filho na bacia, e foi para a sala mexer no celular. Minutos depois disse ouvir barulhos vindo de onde estava a criança, foi quando foi até o banheiro e viu o filho se afogando, mas invés de retirar a criança da bacia voltou para a sala e foi conversar no WhatsApp.

Em depoimento, a mãe de Miguel disse que Evaldo não aceitava o fim do relacionamento e a todo o momento tentava reatar com ela, que era obsessivo e a perseguia. Dias antes da morte de Miguel, a criança havia sido levada até um hospital depois de ter ‘caído’ da cama. Evaldo chegou a dizer que a versão dada por ele sobre a queda foi inventada, já que na realidade, na casa estavam com ele outra mulher com seu filho, e as crianças brincando quando Miguel caiu da cama.

No dia que o filho foi levado inconsciente para o hospital depois da queda da cama, Evaldo havia pedido para a criança dormir com ele em sua casa, e ela nunca desconfiou que o ex-marido pudesse fazer algo contra o seu filho.

 

fonte: midiamax

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