Para ex-treinadora da Seleção, Brasil ainda não merece sediar Copa do Mundo feminina

A ex-treinadora de Santos e Seleção Brasileira Emily Lima falou ao LANCE! sobre a possibilidade do Brasil receber uma Copa do Mundo de futebol feminino. Segundo ela, o país ainda não merece sediar a principal disputa entre países, mas os recentes avanços indicam que o futuro pode abrir portas para a disputa após 2023 – ano que era prevista como oportunidade para ser sede.

– É algo que envolve política, e muita coisa. Se falando de Brasil, é algo complicado de explicar. O Brasil hoje não merece sediar uma Copa, devido a tudo que ainda vem acontecendo no Brasil em termos de desenvolvimento e reconhecimento do futebol feminino.

Para a treinadora da seleção equatoriana e ex-volante de São Paulo e Napoli, a Confederação nacional até dá indícios de alguma melhoria para as mulheres no futebol, contudo, dentro dos clubes, ainda existe uma resistência – que esbarra princialmente na questão financeira.

– A CBF fez algo muito bacana distribuindo esse dinheiro para as equipe da Série A1 e A2, devido a dificuldade que estamos vivendo. Mas ainda temos presidentes que falam “O dinheiro é meu e eu faço o que eu quiser” e em nenhum momento pensam no ser humano que está ali treinando todos os dias. Ainda sim as atletas precisam escutar isso.

BRASIL NÃO MERECE UMA COPAEmily Lima elogiou o trabalho feito pela Federação de São Paulo na luta pela igualdade dos campeonatos. Mesmo assim, por todo o Brasil, a realidade distante “joga contra” a modalidade. Para a experiente treinadora, o futebol para as mulheres é um caminho sem volta e a expectativa é grande.

– Não acho que o Brasil seja o país certo para sediar uma Copa, mas, com certeza, será. E ainda arrisco que em cinco ou dez anos teremos um campeonato competitivo e entre os melhores do mundo, dentro das cinco melhores ligas do mundo. O caminho está pra isso e as pessoas estão fazendo por isso. O futebol feminino no Brasil é um caminho sem volta, mas ainda temos algumas dificuldades. Ainda temos que quebrar algumas barreiras.

Leia abaixo outras respostas da treinadora:

PIA SUNDHAGE NA SELEÇÃO

Gostei muito, mas temos treinadores muito capacitados no Brasil. Tatiele, Artur Elias, Thaís… Posso citar “n” treinadores que poderiam assumir a Seleção. Os nomes estão aí e estão aparecendo. Esse era o momento da Pia e espero que o Brasil possa absorver o máximo.

LIÇÕES DA SELEÇÃO BRASILEIRA

Hoje eu entendo que não era respaldada. Aqui (na seleção do Equador) eu tenho contato com meu gerente geral, e na Seleção Brasileira era só “Bom dia, boa tarde e boa noite”. É um contato direto de discutir sobre o projeto. (…) O projeto veio dele para nós e inserimos nossas ideias. É um trabalho em conjunto.

 

Lance!

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