43 anos: Indústria ganha protagonismo em MS
Mato Grosso do Sul comemora neste domingo (11), 43 anos com números que mostram a força da indústria, segundo setor com mais geração de renda no Estado. Em 2017, último ano da série de dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto de MS atingiu a cifra de R$ 96.372.195.000,00, com PIB per capita em torno de R$ 35 mil onde, nesse contexto, a indústria participa com 22% desse total. Assim, ainda em 2017, o Valor Adicionado da Indústria foi da ordem de R$ 19 bilhões, com valor per capita de R$ 7.033,17.
Nos gráficos abaixo temos a evolução do VA da indústria e de seu valor per capita para o período 2002-2017. Análises anteriores a esse período carecem de dados com a mesma metodologia, o que impossibilita comparações mais abrangentes.
Em termos de variações, no período 2002-2017 o VA da Indústria apresentou uma variação de 690,3% nominalmente, enquanto os valores per capital variaram 523,6% também em termos nominais.
Estabelecimentos – No que tange a quantidade de estabelecimentos industriais, o Estado contava com um total de 5.722 empresas, em julho de 2020, em que a grande maioria (97%) são representadas pelas Indústrias de Transformação, com 5.554 estabelecimentos. Em relação às Indústrias Extrativas, 168 ou 3% do total de empresas pertenciam a esse segmento. Essas estatísticas não englobam os Micro Empreendedores Individuais (MEI).
O gráfico abaixo mostra a evolução no número de estabelecimentos industriais ativos no MS, onde é possível ver uma série desde 1997, ano da divisão do Estado. Naquela época, MS contava com 169 estabelecimentos industriais. Ao passar dos anos esse número cresceu, sobretudo na década de 90, estabilizando-se por volta dos anos 2000 e chegando em 2020 com 5.722 indústrias.
O próximo gráfico deixa clara a composição desses estabelecimentos industriais, onde o grupo de Fabricação de Produtos Alimentícios lidera, com 1232 empresas ou 2153% do total. Em segundo e terceiro lugar temos os setores de Fabricação de Produtos de Metal, Exceto Máquinas e Equipamentos e o setor de Manutenção, Reparação e Instalação de Máquinas e Equipamentos, com participações de 13,19% e 11,59% respectivamente.
[Gráfico 03]
Empregos – No mercado de trabalho, a indústria sul-mato-grossense apresentava um contingente de 104.867 indivíduos em 2018, segundo as informações da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), sendo 97,79% do total pertencentes as Indústrias de Transformação, o que equivale a 102.551 trabalhadores. Os 2.316 trabalhadores que restam fazem parte das Indústrias Extrativas. Em relação ao total de trabalhadores formais em Mato Grosso do Sul, a Indústria respondeu em 2018 aproximadamente 16%.
Em termos de evolução, por sua vez, os dados da RAIS remontam até o ano de 1985, onde à época o setor industrial no estado do Mato Grosso do Sul apresentava um contingente de 21.351 trabalhadores formais. A partir dos anos 2000 esse crescimento ganha força, estabilizando em torno de 100 mil trabalhadores na década de 2010, finalizando o ano de 2017 com 104.867 empregos formais. Considerando-se toda a série histórica, temos um crescimento de quase 400% no período 1985-2017, como consta no gráfico abaixo.
Do ponto de vista dos subsetores, assim como vemos na seção tratando dos estabelecimentos, o maior número de trabalhadores formais é encontrado na Indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico, com 48.344 empregos, representando 46,10% dos empregos em todo o setor industrial do estado do MS. Bem atrás aparece a Indústria química de produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria com 14,12% do total e, fechando os 3 maiores setores temos o setor da Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica, com 7,29% do total. Os demais subsetores estão representando no gráfico abaixo.
Comércio Exterior – Por último, vamos analisar os números do comércio exterior do MS, com dados remontando a 1989, quando o sistema de classificação das mercadorias ainda não era a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), mas sim a Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM).
No gráfico abaixo vemos como se deu evolução do MS em relação as suas exportações de produtos industriais, e como se apresenta um crescimento significativo em meados da década de 2000, alcançando em 2018 o maior valor da série histórica, com aproximadamente 3,6 bilhões de reais em exportações de produtos das indústrias do estado. Quando comparamos com o início da série em 1989, temos uma variação de 1.225,76% até o ano de 2019. Em relação a 2020, até o mês de agosto, esse valor foi de US$ 2.164,53 milhões. Com o ritmo atual de exportações e, com a ajuda do alto valor do dólar, o ano de 2020 pode apresentar um novo recorde no volume de exportações de produtos industriais provenientes do estado de Mato Grosso do Sul.
Com relação aos destinos dos nossos produtos industriais exportados, os destaques até o momento em 2020 cabem a China (US$ 727,28 milhões), os Estados Unidos (US$ 147,76 milhões) e Hong Kong (US$ 121,26 milhões). No total, exportamos produtos provenientes da indústria para 135 países em 2020 até o momento.
Desagregando por setores econômicos, dois setores abarcam mais de 90% em 2020 de todos os produtos industriais exportados pelo estado, sendo eles o setor de Fabricação de papel e produtos de papel e o setor de Fabricação de produtos alimentícios. Enquanto o primeiro responde por 48% das exportações de produtos industriais, no segundo a proporção chega a 44,11%. Bem atrás, em terceiro lugar, o setor de Extração de minerais metálicos aparece com 4,09%, com 88,6 milhões de dólares exportados em 2020. No gráfico abaixo temos a dimensão dessas exportações e da sua concentração para o ano de 2020.
O titular da Semagro destaca que o resultado das exportações de tilápia produzida em Mato Grosso do Sul é decorrente da política de atração de investimentos implantada pelo Governo do Estado, por meio da Semagro. “Desde 2015 trabalhamos no estímulo à produção, industrialização e a exportação de peixes, principalmente a tilápia. Neste ano, a pandemia teve um impacto significativo na retração das exportações no segundo trimestre por conta da logística prejudicada, mas o setor estabeleceu protocolo de biossegurança, fez investimentos para modernizar e manter sua produção e agora acompanhamos o desempenho nos próximos meses”, comenta o secretário Jaime Verruck, da Semagro.
Indústrias sucroenergéticas mantém produção na pandemia
Durante a pandemia do novo coronavírus, as indústrias sucroenergéticas de Mato Grosso do Sul alcançaram 32,3 milhões de toneladas com a moagem da cana-de-açúcar até o dia 15 de setembro, quantidade 8% menor comparada ao mesmo período da temporada anterior. A qualidade da matéria-prima, no entanto, aumentou em 5% alcançando 140,79 kg de Açúcares Totais Recuperáveis por Tonelada de Cana (ATR/TC), conforme informações disponibilizadas pela Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul).
Segundo o presidente da Biosul, Roberto Hollanda, a maior concentração de açúcar na cana “indica melhor qualidade da matéria-prima na safra (2020/2021) e compensa o ritmo mais lento da colheita neste ciclo”. No período acumulado da temporada até 15 de setembro, a produção de etanol somou 1,9 bilhão de litros, enquanto o volume é 20% menor com relação ao período no ano anterior, sendo que, desse montante, 1,4 bilhão de litros são de hidratado (-25%) e 456 milhões de litros são de anidro (-0,6%).
A produção de açúcar atingiu 1,2 milhão de toneladas, quantidade 98% maior com relação ao mesmo período do ano passado quando registrou 627 milhões de toneladas do adoçante. Os dados são refletidos no mix de produção da safra com aumento de 106% na destinação da matéria-prima para o açúcar, que saltou de 14% para 28%, no comparativo com o último ciclo. Ainda assim o percentual para a produção de etanol é de 72%, dentro da média esperada para o Estado. Atualmente, todas as 18 unidades sucroenergéticas em operação no Estado produzem etanol, dessas dez são produtoras de açúcar.
Celulose de MS se destaca no primeiro quadrimestre de 2020
O primeiro quadrimestre de 2020 também foi de destaque para o MS, desta vez, o Estado se consolidou como o maior exportador de celulose do Brasil. Porém, isso não vem de agora, nos últimos cinco anos, Mato Grosso do Sul registrou crescimento acima da média nacional na produção de celulose, atingiu a marca de 1 milhão de hectares de eucalipto plantados, ampliou seu parque industrial do setor e se consolidou como o maior exportador do produto neste período, é o que aponta levantamento feito pela Semagro, com base nos dados do IBGE e do MDIC.
Essa posição foi consolidada de janeiro a abril de 2020, quando o Estado ampliou o volume exportado para 1,49 milhão de toneladas, 4,7% maior em relação ao mesmo período do ano passado e já representa 29,27% de todas a exportações brasileiras do produto, à frente de estados como a Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo e Espírito Santo.
De acordo com a Nota Técnica, a relação entre a produção e as exportações mostram que, a medida que o setor externo foi demandando celulose brasileira houve um crescimento da produção para atendimento desse mercado, principalmente em Mato Grosso do Sul. “Com relação a comparação da evolução da participação nas exportações de Mato Grosso do Sul em relação a outros Estados, a Celulose foi o principal produto de exportação em 2019 e no primeiro quadrimestre de 2020”, diz trecho do documento.
Qualificação foi peça chave para crescimento industrial
A mão de obra é fundamental para que a indústria funcione e Mato Grosso do Sul alcance os resultados desejados e, para o crescimento industrial, a peça chave é a qualificação profissional. Em 2020, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), ofereceu 279.604, distribuídas em 582 cursos para os 79municípios do Estado. A oferta de vagas aumentou 101,165%, se comparado a 2019, quando foram disponibilizadas 138.997 vagas.
Fonte:JD1
AS NOVAS FRONTEIRAS
Mato Grosso do Sul chega aos seus 43 anos abrindo novas fronteiras com exportações de seus produtos. Apesar de ser um ano atípico devido à pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19), o setor industrial sul-mato-grossense está a todo vapor.
A receita de exportações de industrializados está em US$ 2,499 bilhões e deve encerrar o ano na casa dos US$ 3,74 bilhões. Alguns setores batem recordes e se destacam a nível nacional
Exportação de peixes bate recorde
A piscicultura é uma das forças do Estado que o matém líder em ranking de maior exportador de tilápia do Brasil, sendo responsável por 84,84% das vendas externas brasileiras do produto. O resultado ocorre no momento em que é verificado um aumento nas exportações da piscicultura brasileira. Levantamento realizado pela Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) em parceria com a Embrapa Pesca e Aquicultura aponta que os embarques totais da proteína cresceram 33% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2019.
No acumulado dos dois primeiros trimestres de 2020, foram exportados de 486 toneladas de tilápia, num total de US$ 2,73 milhões, segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro). Os principais destinos dessas vendas externas de Mato Grosso do Sul foram os Estados Unidos e os Canadá nos dois primeiros trimestres de 2020. De abril a junho, no entanto, o mercado norte-americano foi o destino principal de 171,84 toneladas.