Veterano da 2ª Guerra, Agostinho da Mota morre aos 97 anos
Ex-combatente da 2ª Guerra Mundial, Agostinho da Mota morreu nesta terça-feira (6), véspera do Feriado da Independência, aos 97 anos, em Campo Grande.
Durante o aniversário em maio deste ano, Agostinho recebeu das mãos do chefe de Estado-maior a medalha do Exército Brasileiro (Foto: Geisy Garnes)
Testemunha de tempos difíceis, seu Agostinho, como era conhecido, também viveu alegrias ao vestir o manto de Papai Noel, por anos, nos Correios de Campo Grande.
No dia 6 de maio deste ano, o Primeira Página acompanhou o aniversário de 97 anos do ex-combatente, que recebeu diversas homenagens por ter defendido o país em batalhas travadas em solo italiano.
Ainda não há informações sobre o velório, mas segundo familiares, ele partiu “serenamente”.
Agostinho cruzou Atlântico para lutar na guerra
Agostinho foi à guerra quando tinha apenas 18 anos. Foi a pouca idade da tropa que inspirou o nome da Força Expedicionária Brasileira enviada para a Itália em 1944: “Os Pracinhas”. O retorno ao Brasil aconteceu no ano seguinte.
Agostinho foi um dos fundadores da AnvFeb-MS (Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira) e por anos travou uma verdadeira batalha por reconhecimento para aqueles que lutaram na Itália. Isso porque mesmo no meio da guerra, a tropa foi desligada do Exército. Voltaram sem qualquer direito.
O reconhecimento dos feitos da Força Expedicionária Brasileira só veio com a Constituição Federal de 1988, quando os pracinhas ganharam patente de 2º sargento e passaram a receber como militares.
Hoje, a importância na história do país também é reconhecida em forma de carinho. No dia em que completou 97 anos, o pracinha viu a casa voltar a se encher de gente depois de 2 anos de pandemia.
Na ocasião, ele recebeu Medalha Exército Brasileiro e um diploma, uma forma oficial de agradecer aos esforços no campo de batalha e fora dele.
“É muito bom a gente chegar nessa altura da vida que eu cheguei, nas condições que eu cheguei, passando pelo que eu passei, é uma maravilha. Pouco gente chega. Receber todo esse povo é muito bom. É a única coisa na vida que resta”, afirmou o veterano, no aniversário.