Terceira via ganha força na disputa pelas prefeituras da Capital e de Dourados

A ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) e vice-governador José Carlos Barbosa (PSD) – Foto: Montagem

Nos últimos dias, as terceiras vias na disputa pelas prefeituras dos dois maiores colégios eleitorais de Mato Grosso do Sul ganharam força e podem embolar de vez a briga pelas cadeiras de chefes do Executivo de Campo Grande e Dourados.

No caso da Capital, que tem 639.873 eleitores de um total de 1.996.510 no Estado, a disputa que estava entre a atual prefeita Adriane Lopes (PP) e o deputado federal Beto Pereira (PSDB-MS), agora ganhou a incômoda presença da ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil).

Já em Dourados, que 169.042 eleitores do total 1.996.510 de Mato Grosso do Sul, a briga que também estava entre o atual prefeito Alan Guedes (PP) e o ex-deputado estadual Marçal Filho (PSDB), passou a contar com o ameaçador “fantasma” do vice-governador José Carlos Barbosa (PSD), o “Barbosinha”.

Na Capital, Rose Modesto, que deve pedir afastamento da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) nos próximos dias para oficializar a pré-candidatura a prefeita, ganhou força com a divulgação dos resultados das últimas pesquisas de intenções de votos.

Porém, ela não terá uma tarefa fácil, afinal, terá de enfrentar duas máquinas na corrida eleitoral, a municipal, encabeçada pela prefeita Adriane Lopes, e a estadual, liderada pelo deputado federal Beto Pereira.

Além disso, Rose terá pela frente as popularidades do atual governador Eduardo Riedel e do ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB, trabalhando pela pré-candidatura de Beto Pereira.

Do outro lado, a titular da Sudeco ainda terá de driblar a popularidade da senadora Tereza Cristina (PP-MS), que foi a mais votada nas eleições gerais de 2022, com 829.149 votos, ou seja, 60% dos votos válidos, e a influência da parlamentar junto aos bolsonaristas da Capital.

Ao seu favor, Rose Modesto tem a baixa rejeição em Campo Grande e o fato de ter mais “chão” nos bairros da periferia da Capital, onde está a maioria dos eleitores campo-grandense, do que os dois adversários – Adriane Lopes e Beto Pereira.

DOURADOS

O caso de Dourados não é muito diferente de Campo Grande, pois Barbosinha também ganhou força com a desfiliação do PP e filiação ao PSD para concorrer à prefeitura municipal, já que o seu antigo partido tinha fechado apoio com a reeleição de Alan Guedes.

Porém, o vice-governador desmanchou o tabuleiro de xadrez montado pelo PP e PSDB em Dourados ao assinar a ficha de filiação na noite da última quinta-feira em São Paulo, tendo as bênçãos do governador Eduardo Riedel e do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.

A presença de Riedel no ato de filiação na residência de Kassab caiu feito uma bomba no ninho tucano, afinal, fez surgir o boato de que não estaria de corpo e alma com o PSDB na escolha de Marçal Filho para disputar a prefeitura de Dourados.

Além disso, alguns aliados teriam detectado uma pequena rachadura na inexpugnável muralha construída pelo ex-governador Reinaldo Azambuja para proteger o PSDB no Estado e alguns chegaram a dizer que Riedel estaria pavimentando uma via de mão única para o PSD de olho nas eleições de 2026.

Se essas hipóteses não passarem de boatos, Barbosinha também terá pela frente duas máquinas, a da prefeitura, com Alan Guedes, e do estado, com Marçal Filho.

E, a exemplo de Rose Modesto na Capital, Barbosinha ainda enfrentará as popularidades esmagadoras de Marçal Filho, que lidera todas as pesquisas de intenções de votos, de Reinaldo Azambuja e de Eduardo Riedel – se bem que essa não parece mais ser tão pró-Marçal assim depois da última quinta-feira.

O vice-governador também terá de enfrentar a popularidade de Tereza Cristina e dos bolsonaristas, que em Dourados são ainda mais numerosos do que em Campo Grande.

Entretanto, assim como Rose, Barbosinha tem a seu favor o fato de sempre ter atuado a favor da região de Grande Dourados, tanto como deputado estadual, quanto secretário estadual de Justiça e Segurança Pública e, agora, como vice-governador.

Segundo o presidente estadual do PSD, senador Nelsinho Trad, as negociações do partido com Barbosinha já estavam bem adiantadas.

“Pelo desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, nos unimos. E, nesta noite, com aprovação e apoio do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, e aval do governador Eduardo Riedel (PSDB), o vice-governador Barbosinha trocou o PP pelo nosso partido”, declarou.

Nelsinho disse que o vice-governador é novo integrante do PSD em Mato Grosso do Sul e, além dele, muitos outros também virão compor por melhorias do Estado.

“Barbosinha, seja bem-vindo! Juntos, vamos fazer mais pelo PSD e por Mato Grosso do Sul.”

 

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