Soraya ganha força e devolve Tereza e Nelsinho ao ostracismo no Senado

Nelsinho Trad (PSD), Soraya Thronicke (União) e Tereza Cristina (PP). (Foto: Reprodução/Senado)

A definição das comissões no Senado, na semana passada, gerou um novo cenário de poder entre os parlamentares de Mato Grosso do Sul. Soraya Thronicke (União) saiu fortalecida com o comando da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, Tereza Cristina (PP) restou contrariada por ficar de fora da mesa em um tema do qual foi ministra, e Nelsinho Trad (PSD) está num limbo entre ser governo e bolsnarista.

Acerto feito pelos partidos após eleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi determinante para esta configuração. Só os partidos dos blocos Democracia (MDB, União Brasil, Podemos, PSDB, PDT e Rede) e Resistência Democrática (PSD, PT e PSB) tiveram comando de colegiados. São as bancadas que apoiaram a reeleição do senador mineiro, em 1º de fevereiro.

Soraya foi agraciada com uma das duas vagas do União Brasil, a outra ficou com Davi Alcolumbre (AP), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O PSD de Nelsinho também teve um par de comando, mas o sul-mato-grossense não levou dessa vez.

Integrante do bloco de oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Tereza também ficou de mãos abanando. O grupo formado por PL, PP, Republicanos e Novo sugeriu ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a criação de novas comissões para contemplá-los. Do contrário, promete recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para ter seu espaço.

Nelsinho Trad, mesmo não sendo do bloco da oposição, considera um erro as siglas não presidirem nenhum colegiado. O pessedista tem se notabilizado por tentar agradar os eleitores bolsonaristas, tendo inclusive apoiado o rival do colega de partido na disputa pela presidência do Senado, Rogério Marinho (PL-RN).

Tereza Cristina acompanhou a eleição de Soraya Thronicke para presidir a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, uma das mais cobiçadas pela bancada ruralista. Ao final, a ex-ministra de Agricultura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não houve respeito à representação proporcional dos partidos e blocos nas mesas diretoras.

Apesar de estarem em lados opostos nesta situação, as duas podem caminhar juntas no futuro, caso a federação entre o Progressistas e o União Brasil seja efetivada. No entanto, esta conta está difícil de fechar, ante a proximidade das eleições municipais e das escolhas para as comissões da Câmara.

Com Soraya em destaque e Tereza forte entre bolsonaristas, a bancada de MS consegue escapar da “síndrome dos três patetas”, termo cunhado pelo ex-governador Zeca do PT, hoje deputado estadual, que teve ampla repercussão devido a atuação inexpressiva da bancada na Casa Alta no final do anos 90.

Na época, os senadores sul-mato-grossenses eram os ex-prefeitos da Capital, Lúdio Coelho (PSDB) e Juvêncio César da Fonseca (MDB) e Ramez Tebet (MDB). Sem contar com a ajuda da bancada, formada por adversários do PT, e sem trânsito para obter recursos na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Zeca não escondeu a irritação e apelidou os senadores de “três patetas”.

 

Fonte O Jacaré

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