Pecuária (-1,7%) é único indicador negativo do PIB, que cresceu e fechou ano em R$ 9,9 trilhões
Queda de -1,7% da Agropecuária veio da diminuição de produção e perda de produtividade da Agricultura – Reprodução/ Arquivo/ Correio do Estado
Conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na manhã desta quinta-feira (02), o Produto Interno Bruto totalizou R$ 9,9 trilhões no ano passado, sendo R$ 46.154,6 o PIB per capito, que representa um avanço real de 2,2% frente ao ano anterior.
Quanto aos 2,9% do PIB em 2022, houve aumento de 3,0% no Valor Adicionado a preços básicos e de 2,1% no volume dos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios.
Segundo o material do Instituto, esses -1,7% da Agropecuária veio da diminuição de produção e perda de produtividade da Agricultura – principal atividade econômica de Mato Grosso do Sul -, que excedeu as contribuições positivas da Pesca e Pecuária.
Com o avanço de 1,9% registrado no último trimestre do ano passado, o País atinge seu oitavo resultado positivo consecutivo, se comparado o mesmo período de ano anteriores.
Também nesse recorte, dos últimos três meses de 2022, a Agropecuária teve queda (-2,9%) no período, enquanto os setores secundário e terciário, com Indústria e Serviços, cresceram 2,6 e 3,3%, respectivamente.
Destaques
Indústria
Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (10,1%) aparecem como destaque do segundo setor, devido às bandeiras tarifárias favoráveis do ano passado.
Também o setor de construção apresentou crescimento positivo (6,9%), enquanto – principalmente pela queda da metalurgia de metais ferrosos; produtos de metal; produtos químicos; produtos de madeira e de borracha e plástico – a Indústria de Transformação registrou queda (-0,3%).
Além dessa, por conta da queda na extração de minério de ferro, as Indústrias Extrativas tiveram decaíram 1,7% nesta atualização do mostrador econômico.
Serviços
No setor terciários, todas as atividades de serviços cresceram nesta atualização, confira:
- Outras atividades de serviços (11,1%),
- Transporte, armazenagem e correio (8,4%),
- Informação e comunicação (5,4%),
- Atividades imobiliárias (2,5%),
- Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade sociais (1,5%),
- Comércio (0,8%) e
- Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,4%).
- Também houve aumento das despesas, sendo:
- Despesa do Consumo do Governo (1,5%)
- Despesa de Consumo das Famílias (4,3%)
- Formação Bruta de Capital Fixo *(0,9%)
*segundo aumento anual consecutivo
Vale ressaltar que, do acumulado do ano do PIB em valores correntes, R$ 8,6 trilhões são referentes ao Valor Adicionado a preços básicos, sendo outros R$ 1,3 trilhão de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
Abaixo você confere o quadro do IBGE, com a porcentagem de cada indicador, e o período de comparação:
Acima do esperado
Ainda ontem (1.º), as projeções apontavam um cenário abaixo do divulgado, como apontado pelo Itaú, que previa estabilidade mais próxima da margem com 0,0% no trimestre e 2,2% de variação positiva no ano
Sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, Ideal Alves, ressalta que as incertezas políticas iriam impactar o mostrador, mas que, até por conta dos auxílios e a confiança do consumidor e empresariado, os últimos trimestres poderiam refletir em alívio, após lenta retomada dos efeitos da pandemia.
“Tudo isso acontecendo, apesar dos juros em patamares elevados, o que em tese deveria inibir o consumo, e que só veio ajudar na retração para controle da inflação no segundo semestre, somado a menor confiança no mercado, fez o ritmo de crescimento do PIB desacelerar no segundo semestre. Agora, de toda forma, o resultado deve vir bem acima do esperado e das expectativas iniciais”, previu.
Em análise do indicador mais “prejudicado”, o especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, Ricardo Jorge, esclarece o agronegócio apresentou boa recuperação saindo de um número negativo de 0,8% para uma expectativa de 0,9%, na comparação trimestral entre o quarto e terceiro trimestre de 2022.
“Lógico que esse é um número positivo, mas isso não muda o cenário do agronegócio no ano de 2022, que foi muito ruim”, finaliza.
FONTE CORREIO DO ESTADO