Pecuária (-1,7%) é único indicador negativo do PIB, que cresceu e fechou ano em R$ 9,9 trilhões

Queda de -1,7% da Agropecuária veio da diminuição de produção e perda de produtividade da Agricultura – Reprodução/ Arquivo/ Correio do Estado

Entre os indicadores que compõe o Produto Interno Bruto (PIB) — que subiu 2,9% frente a 2021 —, a Agropecuária registrou desempenho negativo (1,7%), diante dos aumentos de 4,2% e 1,6%, para Serviços e Indústria, respectivamente.

Conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na manhã desta quinta-feira (02), o Produto Interno Bruto totalizou R$ 9,9 trilhões no ano passado, sendo R$ 46.154,6 o PIB per capito, que representa um avanço real de 2,2% frente ao ano anterior.

Quanto aos 2,9% do PIB em 2022, houve aumento de 3,0% no Valor Adicionado a preços básicos e de 2,1% no volume dos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios.

Segundo o material do Instituto, esses -1,7% da Agropecuária veio da diminuição de produção e perda de produtividade da Agricultura – principal atividade econômica de Mato Grosso do Sul -, que excedeu as contribuições positivas da Pesca e Pecuária.

Com o avanço de 1,9% registrado no último trimestre do ano passado, o País atinge seu oitavo resultado positivo consecutivo, se comparado o mesmo período de ano anteriores.

Também nesse recorte, dos últimos três meses de 2022, a Agropecuária teve queda (-2,9%) no período, enquanto os setores secundário e terciário, com Indústria e Serviços, cresceram 2,6 e 3,3%, respectivamente.

Destaques

Indústria

Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (10,1%) aparecem como destaque do segundo setor, devido às bandeiras tarifárias favoráveis do ano passado.

Também o setor de construção apresentou crescimento positivo (6,9%), enquanto – principalmente pela queda da metalurgia de metais ferrosos; produtos de metal; produtos químicos; produtos de madeira e de borracha e plástico – a Indústria de Transformação registrou queda (-0,3%).

Além dessa, por conta da queda na extração de minério de ferro, as Indústrias Extrativas tiveram decaíram 1,7% nesta atualização do mostrador econômico.

Serviços

No setor terciários, todas as atividades de serviços cresceram nesta atualização, confira:

  • Outras atividades de serviços (11,1%),
  • Transporte, armazenagem e correio (8,4%),
  • Informação e comunicação (5,4%),
  • Atividades imobiliárias (2,5%),
  • Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade sociais (1,5%),
  • Comércio (0,8%) e
  • Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,4%).
  • Também houve aumento das despesas, sendo:
    • Despesa do Consumo do Governo (1,5%)
    • Despesa de Consumo das Famílias (4,3%)
    • Formação Bruta de Capital Fixo *(0,9%)
      *segundo aumento anual consecutivo

    Vale ressaltar que, do acumulado do ano do PIB em valores correntes, R$ 8,6 trilhões são referentes ao Valor Adicionado a preços básicos, sendo outros R$ 1,3 trilhão de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.

    Abaixo você confere o quadro do IBGE, com a porcentagem de cada indicador, e o período de comparação:

    Acima do esperado

    Ainda ontem (1.º), as projeções apontavam um cenário abaixo do divulgado, como apontado pelo Itaú, que previa estabilidade mais próxima da margem com 0,0% no trimestre e 2,2% de variação positiva no ano

    Sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, Ideal Alves, ressalta que as incertezas políticas iriam impactar o mostrador, mas que, até por conta dos auxílios e a confiança do consumidor e empresariado, os últimos trimestres poderiam refletir em alívio, após lenta retomada dos efeitos da pandemia.

    “Tudo isso acontecendo, apesar dos juros em patamares elevados, o que em tese deveria inibir o consumo, e que só veio ajudar na retração para controle da inflação no segundo semestre, somado a menor confiança no mercado, fez o ritmo de crescimento do PIB desacelerar no segundo semestre. Agora, de toda forma, o resultado deve vir bem acima do esperado e das expectativas iniciais”, previu.

    Em análise do indicador mais “prejudicado”, o especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, Ricardo Jorge, esclarece o agronegócio apresentou boa recuperação saindo de um número negativo de 0,8% para uma expectativa de 0,9%, na comparação trimestral entre o quarto e terceiro trimestre de 2022.

    “Lógico que esse é um número positivo, mas isso não muda o cenário do agronegócio no ano de 2022, que foi muito ruim”, finaliza.

FONTE CORREIO DO ESTADO

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