Nada abala comércio popular, que até resolveu investir em tempos de coronavírus

Clientes olhando roupas em loja de preço único no Jardim Antártica, região sul de Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Clientes olhando roupas em loja de preço único no Jardim Antártica, região sul de Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Viagens interestaduais suspensas, fábricas fechadas e incertezas na entrega de mercadorias. Todos estes fatores poderiam abalar a rotina em lojas do comércio popular da Capital, mas, por enquanto, os estoques reforçados no início do ano – antes da pandemia – têm sido a salvação para pequenos empresários. Inclusive, tem estabelecimento que, com o aumento do número de pessoas em casa, resolveu investir em contratação e hoje faz entregas a domicílio.

O Campo Grande News esteve em estabelecimentos de três pontos diferentes da cidade. Em todos eles, as vendas superaram as expectativas dos comerciantes, que por duas semanas estiveram de portas fechadas, durante cumprimento do decreto da prefeitura que determinou o fechamento do comércio em toda a cidade.

Os estabelecimentos de preço único continuam sendo os queridinhos. E são eles que mais investem. No jardim Antártica, por exemplo, a loja de roupas, brinquedos e artigos em geral comandada pela comerciante Diana Leite da Silva, de 36 anos, conta com uma pessoa a mais na equipe desde o início da quarentena.

Diana é comerciante e afirma ter investido na loja mesmo em tempos de coronavírus (Foto: Henrique Kawaminami)
“A procura está uma loucura. Optamos pela entrega porque tem muita gente que não está saindo de casa, então chamamos alguém só para entregar”, afirma a comerciante. Segundo ela, o movimento nos últimos dias não foi afetado e tem sido incentivado ainda mais pela queda na temperatura.

“Temos vendidos bem, graças a deus, principalmente artigos de inverno. Casacos e moletons para crianças têm saído bastante porque o adulto deixa de comprar para ele, mas o do filho jamais. Se tivesse verão eu acredito que estaria mais tranquilo, mas cada dia que esfria mais, o movimento também aumenta”, revela.

Ainda conforme Diana, apesar do bom movimento, a aquisição de produtos por parte da loja diminuiu. “Não estou comprando quase nada porque não chega. Não vem nada de São Paulo, nem de Goiânia. São poucas as coisas que chegam. Felizmente eu tinha um estoque muito grande”, complementa.

Situação parecida com a loja da comerciante Hariane Mayara, de 35 anos, no Jardim Tijuca. O estoque recheado também tem garantido as vendas no local e permitido que os funcionários atraiam clientes até a loja por meio das redes sociais. “Um fabricante ou outro que está entregando, mas seguimos trabalhando com o que tínhamos em estoque. Até a mercadoria de inverno eu já tinha começado a estocar, ainda bem”, comemora.

Assim como muitos comerciantes, Hariane aguarda ansiosa a reabertura de fábricas e indústrias em outros estados, como em São Paulo. Porém, com as excursões suspensas e, principalmente pelo fato do esposo fazer parte do grupo de risco, ela terá que optar por outra medida para ter que viajar de ônibus, mesmo que o serviço retorne. “Para comprar vou ter que ir de carro”, garantiu.

Lojas do comércio popular vendem de roupas a calçados e estão aproveitando estoque montado antes da pandemia (Foto: Henrique Kawaminami)
Surpresa – O movimento também surpreendeu a vendedora Graziele Figueiredo, de 27 anos. Após retornar da quarenta, as vendas na loja em que trabalha reduziram, mas ainda assim foram superiores ao que ela estimava. Nem mesmo os outros dois funcionários que trabalham apenas aos fins de semana foram liberados no último sábado.

“A nossa sorte é que eu viajei na semana anterior a tudo isso. Também tínhamos feito encomendas. Nossas peças são de São Paulo e agora estamos procurando uma forma de pedir mais, talvez pelos Correios. Mas seguimos vendendo outros dois vendedores continuam vindo nos dias de maior movimento”, afirmou Graziele. – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

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