MPF diz que ação da PF contra Trutis foi ‘imprescindível’ e se opõe à devolução de armas
O MPF (Ministério Público Federal) se manifestou contrário à devolução das armas apreendidas durante a Operação Tracker, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2020 para cumprir mandados contra Loester Trutis (PSL-MS). O órgão ainda avalizou as investigações sobre o suposto atentado contra o deputado federal e se opôs ao trancamento delas.
Os pedidos pela devolução das armas apreendidas e suspensão da investigação foram feitos pela defesa de Trutis e de seu assessor, Ciro Nogueira Fidelis, no âmbito do inquérito que apura o suposto ataque no STF(Supremo Tribunal Federal). O parlamentar alega que o armamento confiscado foi comprado legalmente e não é objeto de investigação.
Via PGR (Procuradoria-Geral da República), o MPFopinou que “não há falar em ‘armas irregularmente apreendidas’, já que, mesmo que adquiridas legalmente, podem ter sido empregadas para a prática criminosa sob investigação”. Protocolada ontem (11), a peça é assinada pelo vice-procurador-geral da República Humberto Jacques de Medeiros.
O MPF também rebateu as hipóteses de ilegalidade ou abuso de poder durante as diligências da Polícia Federal, levantadas pela defesa de Loester Trutis. O órgão classificou como “imprescindíveis” as medidas de busca e apreensão e reforçou que todas as armas apreendidas são de interesse da investigação. Portanto, não devem ser restituídas.
Fuzil, revólver e pistola: as armas apreendidas na casa de Trutis
Além da arma que motivou a prisão em flagrante de Loester Trutis – um fuzil T4 calibre 556 mm, da marca Taurus, avaliado em R$ 10 mil e de uso restrito -, os policiais também apreenderam uma pistola calibre 9 mm, com carregador e 14 munições, e um revólver calibre .357, com dez munições, na mesa da sala da casa do deputado, na Vila Carlota, em Campo Grande. Também acabaram recolhidos um pote em formato de caveira, com diversas munições, R$ 72,5 mil em dinheiro e um celular de Trutis.
O parlamentar disse aos policiais que a pistola e o revólver são de Ciro Fidelis, ao passo que o fuzil seria de Jovani Batista da Silva, do chamado “Movimento Conservador de Mato Grosso do Sul”. Fidelis e Silva confirmaram a versão em depoimentos aos agentes.