Moro se afasta de Brasília e Bolsonaro é favorito para 2022

A pandemia do novo coronavírus, as ações da Polícia Federal contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, o aumento exponencial de mortes e infectados em São Paulo e a aproximação do governo com o Centrão fazem com que oponentes do presidente Jair Bolsonaro percam força no cenário político. A oposição ao governo está fragmentada e resiste em apoiar propostas conjuntas para fazer frente às decisões do Executivo e às críticas que Bolsonaro tem feito às instituições.Embora ainda faltem dois anos para as eleições gerais, o cenário que se desenha começa a solidificar uma disputa entre o presidente e seu ex-ministro da Justiça Sergio Moro, ambos com apoio do eleitorado mais conservador, de direita.

As pesquisas mais recentes apontam que o presidente tem 30% de aprovação e vem sofrendo uma deterioração da imagem junto à população. No entanto, ainda se mantém como forte candidato para as próximas eleições. Outros nomes cotados para concorrer ao Executivo enfrentam entraves, como é o caso do governador do Rio, que foi alvo de uma operação da Polícia Federal em decorrência das suspeitas de desvios de verba na compra de respiradores para hospitais de campanha. Witzel alega que é alvo de perseguição política e chegou a chamar o presidente de ditador.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era o grande nome da oposição, e havia a expectativa de que ele liderasse a construção de uma candidatura de esquerda competitiva depois de deixar a prisão. Porém, logo nos primeiros dias fora do

cárcere, Lula posicionou-se contra o pedido de impeachment do presidente. O petista lembrou que o chefe do Executivo foi eleito democraticamente. Embora tenha feito críticas ácidas a Bolsonaro, o ex-presidente não lidera articulação política na oposição. Chegou-se a cogitar que ele iria até o Congresso conversar com parlamentares, contudo, esses planos foram adiados em razão da pandemia. Lula continua com sólida base eleitoral e apoio popular e político. Mas uma condenação na segunda instância de Justiça impede que ele se candidate.

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