Milei adia medidas e BC anuncia restrição à compra de dólares na Argentina

O mercado financeiro de Buenos Aires começa a segunda-feira em compasso de espera. Com o adiamento da apresentação das primeiras medidas econômicas do presidente Javier Milei para amanhã, o Banco Central anunciou que o mercado argentino de câmbio não operará hoje de maneira tradicional.

Excepcionalmente, as operações nesta segunda-feira serão aprovadas uma a uma. Isso deve adiar a esperada grande desvalorização da moeda argentina.

Na quinta-feira passada (7) o mercado oficial fechou em 364 pesos por dólar e havia expectativa de que o novo governo Milei desvalorizasse a moeda em até 100%, para patamar entre 600 pesos e 700 pesos por dólar. Sexta foi feriado na Argentina. No mercado paralelo, as cotações já operam há várias semanas no patamar próximo de 1.000 pesos por dólar.

Em comunicado, o BC argentino informou mais cedo aos bancos e corretoras que decidiu “aplicar hoje a regra de conformidade prévia a todas as operações de demanda registradas no mercado de câmbio”. Com esse funcionamento excepcional, as operações com moedas estrangerias serão analisadas “em função da prioridade”.

“A medida foi adotada para dar tempo à gestão do Poder Executivo de cumprir com os trâmites administrativos para a conformação das novas autoridades e anunciar e implementar políticas que levarão adiante”, cita a nota do BC da Argentina.
Atualmente, a Argentina tem reservas cambiais negativas. Ou seja, os dólares existentes nas reservas internacionais do país são insuficientes para pagar todos os atuais compromissos em moeda estrangeira.

Diante disso, há uma série de medidas de restrição à compra da moeda estrangeira – o chamado “cepo cambiario”.

Entre as empresas, a medida impõe restrições de acesso a dólares para, por exemplo, pagar importações. Companhias precisam de autorização do governo para importar e, depois, precisam ter aval do BC para comprar os dólares. Isso atrasa pagamentos internacionais em boa parte dos setores da economia argentina. Entre as pessoas físicas, há um limite mensal para compra de US$ 200 por pessoa.

CNN

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