Maiores investimentos do setor privado no Brasil estão em Mato Grosso do Sul

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Estudo da Tendências Consultoria denominado “Cenários Regionais de Atividade Econômica 2025-2033” mostra que os maiores investimentos do setor privado no Brasil estão em Mato Grosso do Sul.

As unidades da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, e da Arauco, em Inocência, com previsão de investimentos de R$ 47,3 bilhões, são as responsáveis pela constatação da empresa de consultoria. A previsão é de que esses investimentos estejam concluídos em 2029.

No mesmo estudo, a Tendências Consultoria indica que o Nordeste deve puxar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, puxado pelas regiões Norte e Centro-Oeste.

Além dos estudos ligados ao setor de papel e celulose, o agronegócio também deve contribuir para o crescimento dos investimentos nos estados nos próximos anos.

Lucas Assis, economista e analista da Tendências Consultoria, destaca que o maior crescimento dessas três regiões em relação ao Sul e Sudeste não representa necessariamente uma redução significativa das desigualdades regionais do País, embora seja uma boa notícia.

Os investimentos programados para o Sudeste, por exemplo, superam os esperados para o Nordeste em valores monetários, mas são menores, proporcionalmente, ao tamanho da sua economia.

Ou seja, em regiões mais desenvolvidas, esses aportes de investimento têm impactos menores.

“O Nordeste vai ser a região que vai liderar, em termos de variação interanual do PIB, o crescimento da próxima década. Os investimentos vão impulsionar a região nos próximos anos, mas o Sudeste deve seguir como o principal motor da economia brasileira”, afirma Assis.

O mesmo estudo indica que a média de crescimento do Brasil no período 2025-2033 deve ser de 2,5% ao ano. O Nordeste deve ter um crescimento anual médio de 3,40% ao ano, Norte e Centro-Oeste, de 3% ao ano, e Sudeste de 2,30% e Sul, 2,1%.

Mato Grosso do Sul

A previsão otimista da Tendências Consultoria vai em linha com a previsão do governo de Mato Grosso do Sul em seu Plano Plurianual (PPA).

A estimativa do governo do Estado é de um crescimento médio da economia de 3,6% até 2027, e em 2024 o PIB do Estado deve variar pelo menos 3,94%.

Para chegar aos investimentos de mais de R$ 47 bilhões até 2033, a Tendências citou as plantas da Suzano em Ribas do Rio Pardo, onde o investimento é de US$ 3,7 bilhões.

Também foram listados dois investimentos da chilena Arauco para o Estado, um de R$ 2,9 bilhões, previsto para 2025, e outro de US$ 2,8 bilhões, previsto para 2028.

O quarto maior investimento privado agendado no Brasil é de CSN Mineração, no estado de Minas Gerais, de US$ 2,6 bilhões, previsto para 2027, e o quinto, outro também do setor de papel e celulose, da Klabin, de US$ 2,5 bilhões, no estado do Paraná.

Reforma tributária

O mesmo estudo também analisou os impactos da reforma tributária. Com pesos maiores da indústria e menores dos serviços na sua economia, Norte e Sul deverão observar impactos mais positivos no PIB.

As duas regiões são as únicas em que indústria e agropecuária respondem juntas por mais de um terço da economia local.

Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste terão crescimento adicional também, mas abaixo da média nacional, de 0,40 ponto percentual por ano nesse período.

O resultado geral é puxado pelo Norte (0,47 ponto ao ano), seguido por Sul (0,41 p. p.), Nordeste (0,36 p. p.) e Centro-Oeste e Sudeste (ambos com 0,35 p. p.).

A indústria é hoje o setor mais prejudicado pela cumulatividade dos tributos ao longo da cadeia produtiva, por isso, será o mais beneficiado pelas mudanças.

Na agropecuária, o ganho virá da desoneração total de exportações e compra de equipamentos, além da vantagem da alíquota reduzida no setor, segundo a Tendências.

Em relação ao terceiro grande setor econômico, o crescimento maior no cenário com reforma se explica pela desoneração para aqueles que prestam serviços a outras empresas, que é o caso da maioria dos prestadores.

Também se espera que aumente a demanda da indústria e da agropecuária por serviços. A elevação na renda da população também pode compensar altas de preços em algumas atividades.

 

CORREIO DO ESTADO

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