Demanda nos postos volta a crescer e vagas extras seguem só no papel

Leitos pediátricos extras, anunciados no começo de abril, até agora não foram disponibilizados na rede privada da Capital – arquivo

Depois de três semanas seguidas de queda no número de consultas nas unidades 24 horas da Capital, dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), mostram que a demanda por atendimentos inverteu a tendência e voltou a subir nos últimos sete dias. Enquanto isso, as vagas pediátricas extras ainda não saíram do papel.

Entre os dias 11 e 17 de abril foram 29.433 consultas médicas nas seis UPAs e nos quatro Centros Regionais de Saúde (CRS). Isso representa quase 10% de aumento na comparação com a semana anterior, quando foram atendidas 26.885 pessoas nestes mesmos locais.

Mesmo assim, a Sesau considera que a situação permanece estável, uma vez que variações neste percentual são consideradas normais para esta época do ano. Contudo, com a chega de uma frente fria, que deve derrubar as temperaturas para até 12 graus na sexta-feira na cidade, as autoridades de saúde estão em alerta e temem que a tendência de aumento na procura se acentue pelos próximos dias.

Das consultas feitas na última semana, 76% foram de adultos, totalizando 22.435. O restante, 6.998 foram atendimentos de crianças. Destas, 3.835 apresentando sintomas respiratórios, problema principal que está lotando não só a rede pública, mas os hospitais da rede privada também há quase dois meses em Campo Grande.

Nos sete dias anteriores, entre 04 e 10 de abril, foram 26.885 consultas, sendo 20.074 de adultos e 6.811 em crianças. Do total de atendimentos pediátricos naquela semana, 3.879 foram em crianças com sintomas respiratórios. Ou seja, o número de crianças com problemas respiratórios se manteve praticamente igual nas duas semanas.

Ainda de acordo com os números da Sesau, na última semana de março foram 33,5 mil atendimentos nos centros de saúde 24 horas. Na semana seguinte verificou-se queda de 18% na comparação com a semana anterior. Foi a terceira semana seguida de retração.

IMBRÓGLIO

E para tentar minimizar o problema da superlotação nos postos e acabar com a fila de espera por leito pediátrico hospitalar, a Sesau chegou a anunciar, no dia primeiro de abril, que na semana seguinte faria um chamamento público para contratar até 30 mleitos clínicos e dez vagas de UTI em hospitais privados.

Até esta terça-feira (18), porém, nenhuma delas foi disponibilizada. A Santa Casa ofereceu espaço para dez vagas, mas sob a condição de que o poder público fornecesse equipamentos e até profissionais para atender estas crianças.

A Sesau chegou e levar uma série de materiais para a Santa Casa na semana passada, mas a direção do hospital rejeitou os equipamentos sob a alegação de que eram inadequados para internação de crianças.

O hospital El Kadri também chegou a informar que poderia abrir 30 vagas. Mas, por falta de certidões que atestassem que está em dia com o pagamento de tributos federais a prefeitura ficou legalmente impedida de contratar estas vagas.

Enquanto isso, diariamente existe uma fila de 20 crianças à espera de vaga hospitalar. A maior parte delas está sendo vítima de um surto do vírus sincicial, que acomete com gravidade principalmente crianças de até dois anos.

 

Informações Correio Do Estado

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