Cooperativas já investiram R$ 3 bilhões em Mato Grosso do Sul; Estado comemora “DNA cooperativista”

Eduardo Riedel e Jaime Verruck estiveram no evento de uma cooperativa que expandiu atuação em Naviraí – Saul Schramm/Governo do Estado

Em julho comemora-se o “Mês do Cooperativismo”, e Mato Grosso do Sul vive uma fase positiva para o setor, colhendo os resultados de ter um “DNA cooperativista”. O segmento gera 13 mil empregos no estado, distribuídos em 126 cooperativas e correspondendo a 50% dos investimentos feitos nos últimos anos.

Segundo o Governo do Estado, os projetos em andamento chegam a quase R$ 3 bilhões. Somente nestes últimos meses foram inaugurados entrepostos de grãos, granjas de suínos de alta tecnologia e sustentabilidade, e lançadas indústrias de esmagamento de soja e processamento de amendoim.

“Mato Grosso do Sul está buscando a industrialização de grandes cadeias produtivas. Isto se faz com capacidade de investimento do Estado. Vamos gerir com responsabilidade, pensando nas pessoas, em parceria com capital privado”, explicou o governador, Eduardo Riedel, durante evento de cooperativa que expandiu atuação em Naviraí.

A fase positiva também é destacada pelo secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).

“O Estado virou um polo de atração de grandes empreendimentos de cooperativas principalmente do Paraná. Isso mostra a credibilidade dos investidores nas políticas para o setor e a atratividade do Estado, grande produtor de matérias-primas. Os novos investimentos geram crescimento, oportunidades de emprego e desenvolvimento econômico”, enfatizou.

Para Verruck, um dos motivos seria a força de políticas públicas e programas voltadas para o segmento.

“O Governo do Estado tem um olhar muito especial para os investimentos no cooperativismo. E esse olhar tem dado certo. Nós temos conseguido fazer uma expansão da estrutura de cooperativismo forte”, comentou.

Desde 2020, o Programa de Fortalecimento do Cooperativismo Estadual (PROCOOP), tornou-se política pública de fomento de um ambiente favorável ao desenvolvimento e fortalecimento das cooperativas em Mato Grosso do Sul.

Entre as medidas citadas para o crescimento e amadurecimento de investimentos do cooperativismo no Mato Grosso do Sul, o secretário cita o direcionamento de mais recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) para as cooperativas.

“Este montante era zero e mediante reuniões estipulamos que 10% do valor total do FCO deve, obrigatoriamente, ir para o sistema cooperativo”, lembrou.

Outra conquista importante foi a ampliação da participação da OCB nas questões tributárias.

“Tínhamos dois compromissos importantes com a OCB/MS, o primeiro era que a instituição pudesse ter uma cadeira no TAT, o Tribunal Arbitral Tributário do estado, para defender suas cooperativas, isso foi executado e hoje a OCB tem dois profissionais indicados para fazer a defesa de segunda instância de toda a questão tributária do Estado. A segunda demanda era que a OCB/MS tivesse uma cadeira na Jucems, para que quando fosse registrado uma cooperativa no Estado, os técnicos da instituição poderiam verificar e orientar. Isso também foi feito, a OCB/MS tem uma cadeira na Junta Comercial”, acrescentou.

Caminho para a agroindustrialização

Recentemente, cooperativas lançaram investimentos na agroindustrialização, como por exemplo a Copasul, com a Unidade Industrial de Processamento de Soja, em Naviraí, e com a ampliação da nova fiação de algodão, que contam com investimentos de aproximadamente R$ 1,5 bilhão.

Do montante R$ 1,4 bilhão serão investidos na construção das estruturas e ampliação da capacidade de armazenamento de grãos para atender a própria demanda. A meta é que a fábrica esteja operando em dois anos.

A fábrica vai gerar 150 empregos diretos e cerca de 1.900 indiretos quando a indústria estiver em pleno funcionamento, o que representa renda, em salários, da ordem de R$ 4,2 milhões por ano. O empreendimento deve adicionar, ainda, R$ 3 bilhões ao PIB de Mato Grosso do Sul e recolher R$ 230 milhões em impostos anuais para os cofres públicos.

O valor restante de quase R$ 100 milhões será na Fiação II, uma ampliação da indústria que opera na cidade há 27 anos. A planta tem capacidade para aumentar em até 2 mil toneladas a produção mensal de fios da empresa. Isso representa um crescimento de 15% na produção atual da cooperativa. Do total de recursos, R$ 70 milhões foram obtidos junto ao FCO com apoio do Governo do Estado por meio da Semadesc.

“Esse olhar, no caso da Copasul,  é uma demonstração da economia estadual. Primeiro, da expansão agrícola, o estado de Mato Grosso do Sul, o único estado que em oito anos incorporou o processo agrícola a áreas de pastagem de um milhão e meio de hectares, isso não se fez isso ao longo dos últimos 20 anos. E o Mato Grosso do Sul finaliza esse ano uma safra, uma área recorde de 4 milhões de hectares de soja e uma safra recorde de 15 milhões de toneladas. E vamos repetir isso agora no milho. Nós temos já uma projeção, vocês podem ter certeza, Mato Grosso do Sul será um Estado com 5 milhões de hectares de produção agrícola entre soja e milho”, afirmou Jaime Verruck.

“É uma alegria estar neste dia de celebração, no lançamento de um empreendimento como este que impacta na vida das pessoas e de toda região. Houve aqui um esforço concentrado para chegar neste momento. São ações como estas que fazem toda diferença no futuro do Estado”, afirmou o governador durante seu momento de fala no evento.

Sustentabilidade

Entre os projetos de sustentabilidade a suinocultura se destaca. Em Sidrolândia, a Cooperalfa de Santa Catarina inaugurou em maio, uma Unidade de Produção de Leitões da Cooperalfa. O investimento foi de R$ 140 milhões de investimentos e tem capacidade para cinco mil matrizes com previsão de produzir cerca de 500 leitões/dia. Já em Rio Negro, foi implantada uma granja de suínos.

Além deste projeto, as indústrias da Seara/JBS em Dourados estão prevendo a ampliação para 10 mil cabeças por dia da capacidade de abate de suínos; enquanto a Aurora, em São Gabriel do Oeste estima incremento na expansão do abate de 3,2 mil para 6 mil animais por dia no frigorífico.

Já a cooperativa Coperdia, vinculada ao Grupo Aurora, e já instalada no município de Jaraguari, irá fazer um aporte de R$ 100 milhões na instalação de 31 granjas de terminação de suínos com mais de mil animais cada um e pelo menos cinco ciclos ao ano.

A Cooasgo está construindo uma fábrica de rações e ampliando sua base de produção com investimentos próximos a R$ 100 milhões. Este conjunto de investimentos em toda a estruturação da cadeia produtiva de suinocultura faz parte da visão estratégica do Governo. “O setor beneficia vários municípios e produtores do Estado, aumentando o reposicionamento estratégico do Mato Grosso do Sul na cadeia de produção de suínos”.

Entrepostos de grãos

No início de julho a Coamo inaugurou dois entrepostos de grãos no Estado: um em Rio Brilhante e um Ponta Porã. O novo entreposto da Coamo em Rio Brilhante conta com quatro silos com capacidade para 170 mil sacas cada, totalizando mais de 40.000 toneladas de produtos armazenados, com 3 moegas, 2 tombadores bitrem, armazém de insumos com 4 mil m² e escritório administrativo/operacional com pré-classificação.

Nesta safra 2022/2023 a Coamo recebeu volume superior a 1,3 milhão de sacas de soja dos produtores da região de Rio Brilhante. Com a inauguração das unidades de Rio Brilhante e Ponta Porã, entre entrepostos e a indústria produtora de farelo e óleo de soja em Dourados, já são 19 unidades da cooperativa que já está em atuação há 19 anos em Mato Grosso do Sul. O montante investido chega a R$ 200 milhões nos dois projetos.

Para o Presidente Executivo da Coamo, Airton Galinari “as duas novas unidades são de primeiro mundo e vêm ao encontro da Coamo de estar cada vez mais perto dos seus cooperados. Teremos aumento no número de cooperados e os benefícios do pacote de serviços que a Coamo leva com desenvolvimento técnico, educacional e social. E também informações com condições mercadológicas e novas formas de fazer negócios com estrutura para apoio na cadeia de produção”, destaca.

O empreendimento em Ponta Porã é composto por quatro silos com capacidade de 170 mil sacas cada, totalizando mais de 40 mil toneladas de produtos armazenados, com três moegas, dois tombadores bitrem, armazém de insumos com 4 mil metros quadrados e escritório administrativo/operacional com pré-classificação.

 

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