Biblioteca itinerante estimula leitura entre internos na Penitenciária Estadual de Dourados

Com o objetivo de facilitar o acesso e estimular o gosto pela leitura entre os detentos da maior unidade prisional de Mato Grosso do Sul, um projeto está garantindo mais oportunidade de inclusão em atividades educativas, por meio da literatura.

“Estantes móveis” com obras literárias agora fazem parte da rotina da PED (Penitenciária Estadual de Dourados) e ficam disponibilizadas em frente aos raios, próximas às celas, para que os internos possam pegar os livros emprestados.

A “Biblioteca Itinerante” teve início há menos de um mês e foi idealizada pelas policiais penais Jhuliane Rodrigues Ferreira e Joslaine dos Santos Nunes, que atuam no setor Psicossocial do presídio. O controle é feito por um reeducando que trabalha no apoio ao projeto e os internos têm uma semana para ler e devolver. A cada mês, a biblioteca muda de raio, para que todos os custodiados no local possam ser atendidos pela iniciativa.

As estantes e 50 obras literárias foram adquiridas com o apoio da Vara de Execução Penal de Dourados e Ministério Público, com recursos oriundos do desconto de 10% no salário de presos que trabalham, estipulado pela Justiça. O acervo é específico para o projeto.

“A PED possui biblioteca fixa, mas é uma unidade bem grande, com bastante internos, o que, muitas vezes, dificulta que eles cheguem até lá. A Biblioteca Itinerante tem esse objetivo de ter os livros ali na frente das grades para eles pegarem, manusearem, escolher, estimular esse contato com os livros, sendo algo de mais fácil acesso”, destacou Joslaine.

Já a policial penal Jhuliane complementa que estimular a leitura e disseminação dos conhecimentos é uma forma também de contribuir para que a maioria dos reclusos encontrem maneiras de enfrentar o dia a dia, com uma atividade que lhes tragam informações e novos costumes, além de levar reflexão sobre o cumprimento de pena e novos hábitos.

Dessa forma, a biblioteca itinerante difere do projeto de Remição pela Leitura, que é desenvolvido com obras disponibilizadas na biblioteca fixa e obedece a uma série de critérios, como a produção de resenhas e acompanhamento por profissionais e tutores para que o benefício possa ser concedido. “O foco é possibilitar todos os reflexos positivos que a leitura proporciona, como a aquisição de novos conhecimentos ou a sensação de liberdade, mesmo estando entre as grades de uma prisão”, explicou Joslaine.

De acordo com as organizadoras, a intenção é ampliar a quantidade e variedade de obras literárias na biblioteca itinerante, para que mais reeducandos sejam atendidos. Para isso, quem desejar pode realizar doações ao projeto, cujo contato para mais informações pode ser feito pelos telefones (67) 3902-2081 ou 3902 -2851.

As ações em unidades prisionais de Mato Grosso do Sul, voltadas à educação, são coordenadas pela DAP (Diretoria de Assistência Penitenciária) da Agepen, por meio da sua Divisão de Assistência Educacional.

 

Keila Oliviera, Agepen/MS

Fotos: Agepen/MS

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