Arroba do boi-China bate R$ 310 no interior paulista

Em São Paulo, os negócios envolvendo bovinos direcionados ao mercado da China (animais jovens, com até quatro dentes) já atingem o patamar de R$ 310/@, preço bruto e à vista,  informa a Scot Consultoria. “A oferta baixa de animais terminados e a demanda firme têm pressionado as cotações da arroba”, afirma a consultoria, acrescentando que, nesta quinta-feira (4/3), os frigoríficos negociaram a compra de boiada gorda destinado ao mercado interno paulista por R$ 303/@, também vista, um acréscimo de R$ 1/@ na comparação com o preço do dia anterior. O valor da novilha gorda subiu na mesma toada (R$1/@ a mais), para R$ 294/@, à vista, e a vaca gorda ficou estável na praça paulista, cotada em R$280/@, nas mesmas condições de pagamento.

Segundo a IHS Markit, para tentar driblar a atual estagnação do consumo interno de carne bovina, as unidades de abate reduziram capacidade operacional das plantas, cadenciando ainda mais seus processos de compra de gado. A estratégia atual da indústria é não ir com muita cede ao mercado, para não tomar prejuízos com o acúmulo de estoques nas câmaras frias, devido ao baixo escoamento da carne no atacado/varejo – um reflexo do quadro de crise na economia e o agravamento da pandemia de Covid-19 em todo o Brasil.

Os pecuaristas, por sua vez, tomam estratégias diferentes, dependendo da região de produção. Em parte do Brasil-Central, os produtores seguram os animais no pasto, em busca de melhores preços para a arroba, pois seguem preocupados com a elevação nos custos de produção, depois do aumento expressivo dos insumos da ração animal, especialmente o preço do milho, além do encarecimento dos animais de reposição.

No entanto, em algumas regiões do Mato Grosso, informa a IHS, os pecuaristas foram obrigados a desovar parte de seus estoques de animais terminados devido ao excesso de chuva, que afetou o pasto, gerando problemas relacionados ao manejo dos bovinos. “Produtores de algumas praças do Mato Grosso tiveram que optar pela venda, o que abriu espaço para ajustes negativos nos preços da arroba”, afirma a IHS (veja ao final deste texto as cotações desta quinta-feira nas principais praças pecuárias do País).

Preços futuros sobem

As cotações do boi gordo na bolsa de mercadorias B3 encerraram a quarta-feira (3/3) em ritmo de alta. O preço futuro para março/21 ficou cotado a R$ 308,55/@, tendo um avanço diário de 1%, informa a Agrifato.

O contrato para maio/21 valorizou 0,86%, finalizando o dia cotado a R$ 300,20/@. “O mercado físico dita a força e o ritmo de alta nas negociações futuras e, com a oferta ainda escassa, a pressão sobre a cotação do boi gordo continua”, avalia a consultoria Agrifatto.

Estabilidade no atacado

No mercado atacadista brasileiro, os preços dos principais cortes bovinos seguem estagnados em função do lento ritmo das vendas, relata a IHS Markit. Apesar da chegada de mais um começo de mês, quando há uma forte entrada de massa salarial, o fluxo de venda ainda mostra inconsistência, acrescenta a consultoria.

Os preços, porém, seguem estáveis devido à irregularidade dos abates. Para piorar o ambiente, acrescenta a IHS, o setor recebe com muito desânimo e preocupação a notícias de que alguns Estados, como São Paulo, anunciaram o retorno do isolamento social, com nova paralisação de restaurantes e bares, um dos pontos importantes de escoamento da proteína vermelha.

Cotações desta quinta-feira (4/3), segundo dados da IHS Markit:

SP-Noroeste:

boi a R$ 305/@ (prazo)
vaca a R$ 291/@ (prazo)

MS-Dourados:

boi a R$ 281/@ (à vista)
vaca a R$ 269/@ (à vista)

MS-C. Grande:

boi a R$ 286/@ (prazo)
vaca a R$ 271/@ (prazo)

MS-Três Lagoas:

boi a R$ 284/@ (prazo)
vaca a R$ 268/@ (prazo)

MT-Cáceres:

boi a R$ 291/@ (prazo)
vaca a R$ 279/@ (prazo)

MT-Tangará:

boi a R$ 291/@ (prazo)
vaca a R$ 279/@ (prazo)

MT-B. Garças:

boi a R$ 291/@ (prazo)
vaca a R$ 280/@ (prazo)

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