A política brasileira depende o tempo todo de falsos problemas

Cabecalho
26.junho.2020
Gazeta do Povo
A política brasileira depende o tempo todo de falsos problemas
Um dos melhores candidatos ao título de campeão dos falsos problemas da política brasileira é a história deste Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flavio Bolsonaro, do Rio de Janeiro.

Queiroz, que foi motorista e segurança do filho do presidente quando ele era deputado no Rio, teve “movimentações atípicas” em sua conta bancária, conforme se viu numa investigação das autoridades fiscais; basicamente, acharam cerca de 1 milhão de reais que não deveriam estar lá. Andava sumido desde o começo do caso e, enfim, acaba de ser preso num sítio de Atibaia, no interior de São Paulo – Atibaia, mais uma vez. E agora?

E agora nada – ou, pelo menos, deveria ser nada. O crime imputado a Queiroz é a “rachadinha”, truque pelo qual milhares de vereadores, deputados estaduais e deputados federais do Oiapoque ao Chuí nomeiam funcionários para seu próprio serviço e dividem com eles os salários que a Constituição Cidadã garante e que você paga. E daí?

Digamos que só ele, entre essa multidão toda, tenha de responder pelo que fez.

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Não existe crise econômica de verdade num país com esse desempenho no seu agronegócio
O Brasil da política, dos grandes “meios de comunicação” e das classes intelectuais-civilizadas mais uma vez não está prestando atenção, mas isso não muda em nada um elemento crucial das realidades brasileiras. Enquanto esse Brasil da bolha urbana se aflige com “o Queiroz” e prevê só Deus sabe que novas hecatombes para soterrar o país nas próximas horas, o Brasil de verdade, que gira em torno de um eixo separado, está bombando como nunca: acaba de bater, mais uma vez, todos os recordes nacionais na produção agrícola.

Serão 247 milhões de toneladas de grãos, segundo o IBGE – ou mais de 250 milhões, segundo a Conab, do Ministério da Agricultura. A diferença se deve aos critérios que são utilizados para contabilizar a safra brasileira: o IBGE considera a produção durante os doze meses do ano e a Conab segue o calendário da safra , que vai de julho ao mês de junho seguinte. Seja como for, é um número extraordinário.

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“O coronavírus, que deixa as cidades e as elites governamentais em pânico, não teve efeito nenhum da produção do campo brasileiro. É uma má notícia para o bloco político que no momento joga todas as suas fichas na destruição da economia, do trabalho e dos sistemas produtivos do país.”

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