VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS: “Além do reforço policial, é preciso prevenir traumas e violência familiar”, diz Coronel David.
Um assunto tem dominado as conversas em todo o Brasil: o medo de um ataque a escolas passou a ser visto como uma possibilidade real por adultos, jovens e crianças. E foram justamente crianças e jovens as protagonistas de duas tragédias recentes.
No dia 27 de março, na capital paulista, um garoto de 13 anos foi até a escola onde estudava, ameaçou colegas e matou uma professora de 71 anos dentro da sala de aula. Menos de 10 dias depois, a crueldade atingiu seu ápice. Um homem pulou o muro de uma creche em Blumenau, Santa Catarina, e avançou, aleatoriamente, sobre quatro crianças que brincavam no parquinho, matando-as com uma machadinha. Outras cinco ficaram feridas.
A violência paralisou o país. E todos se perguntam: o que fazer? Como evitar que novos ataques aconteçam? E por que eles estão cada vez mais frequentes e violentos?
Flagrante do momento em que aluno de 13 anos ataca professora na escola estadual Thomazia Montoro, em São Paulo (SP) (Imagem Internet)
Para o deputado Coronel David (PL), os fatos trágicos mostram que isso é mais do que um alerta. É um pedido de socorro dos professores e dos alunos.
O parlamentar falou sobre o tema na entrevista abaixo e também no telejornal Bom Dia MS, da TV Morena, de 12/04/2023 (vídeo ao final do texto).
Como Presidente da Comissão de Segurança Pública e Defesa Social da Assembleia Legislativa e como profissional de segurança pública com muitos anos de experiência, já cobramos das autoridades do governo do Estado sobre o que já está sendo feito e o que precisa ser aperfeiçoado para que as medidas de segurança adotadas ofereçam efetiva proteção a alunos e professores.
A primeira coisa que precisa ficar claro é que isso não pode mais ser discutido somente nos momentos de tragédias. Isso precisa mudar.
Policiais em frente a creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC)(imagem internet)
É claro que é importante termos policiais nas escolas, porém é preciso avaliar, também, todas as possibilidades necessárias para evitar que a violência ocorra fora da escola, como, por exemplo, os cuidados que devem ser adotados nas redes sociais. Nos últimos casos houve um padrão em comum: o criminoso anunciou no mundo virtual o que iria fazer no mundo real. Por isso é necessário que os algoritmos das plataformas estejam prontos para detectar, principalmente nos perfis fechados, qualquer comportamento fora do padrão, e quando isso acontecer, que a polícia seja imediatamente informada.
O ambiente escolar enfrenta desafios de um mundo totalmente diferente do que foi pensado 20 anos atrás. Em duas décadas, tivemos uma grande evolução tecnológica. As crianças e adolescentes de hoje são nativos digitais, e diferentemente da maioria dos pais e educadores, elas crescem em um ambiente totalmente conectado. Mas há, porém, um grande perigo nisso: elas ficam sujeitas às influências de pessoas que podem levar ao cometimento de todo tipo de crimes.
Outro ponto fundamental é que muitas crianças levam para a escola traumas e agressões que vivenciam e sofrem dentro de suas casas. E em casos extremos acaba servindo como o local propício para a explosão da violência. Portanto, o acompanhamento psicológico na família precisa ser realizado caso algum comportamento diferente seja identificado na escola.
E o que falar da fragilidade das leis penais e processuais do país? O menor infrator que matou a professora (no ataque à escola estadual em São Paulo) vai ficar no máximo três anos recolhido na unidade de internação. E depois disso toda a sua ficha criminal será apagada e ele vai voltar para o seio da sociedade como se nada tivesse acontecido. Até quando o menor de 18 anos, por mais graves que sejam os crimes cometidos, será tratado como menor infrator e não como criminoso?
Desde 2015, depois de aprovada na Câmara dos Deputados, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da redução da Maioridade Penal para 16 anos continua parada no Senado Federal. O assassino de Blumenau, quando era menor de idade esfaqueou o padrasto, e já adulto continuou a cometer crimes. E ele estava em liberdade!
Bandido preso não mata ninguém fora da cadeia, e família em paz não produz traumas que vão explodir nas escolas. É preciso que façamos uma luta conjunta contra o mal.
Somos o país da impunidade e com famílias desestruturadas. ‘’Achismos’’ não vão resolver uma questão tão complexa. Precisamos atacar o problema e isso vai exigir múltiplas medidas de caráter preventivo. E vamos cobrar essas providências.
Precisamos proteger os inocentes e os indefesos. Medidas prisionais mais rígidas poderiam ter salvado as crianças de Blumenau.Medidas lenientes com os criminosos não salvam ninguém.
Podemos, sim, construir um país mais justo, mais próspero e mais humano devolvendo às escolas um ambiente de paz.
Deputado Coronel David fala sobre segurança nas escolas ao telejornal Bom Dia MS/TV Morena
Assessoria de Imprensa