Vereadores reagem a proposta polêmica e pedem “valorização” de professores
Após a polêmica proposta de realização anual e obrigatória de exames toxicológicos em professores da Reme (Rede Municipal de Ensino), feita pelo vereador Tiago Vargas (PSD), colegas de parlamento do mesmo e que se manifestaram contrários ao projeto que segue em tramitação, apresentaram um novo texto na Casa.
Visando estabelecer uma política de valorização, saúde, bem-estar e qualidade de vida no trabalho dos profissionais da educação, o programa é uma espécie de contragolpe assinado pelo vereador Riverton de Souza (União Brasil), que é professor, em coautoria com o também professor Valdir Gomes, colega de partido de Vargas.
A questão foi levantada na semana passada por Riverton, que usou a palavra livre na tribuna da Câmara Municipal de Campo Grande para se manifestar contra o projeto. Outros professores em mandato como vereador, como Valdir, Juari Lopes e João Rocha (os dois últimos do PSDB), também se manifestaram contra a proposta de Tiago.
Em contraponto, o autor do texto afirmou que a intenção não era criminalizar a categoria, mas sim oferecer tratamento para os professores detectados como usuários de drogas no exame. Logo depois, ele mesmo apresentou emenda ao projeto, frisando que penas poderiam ser aplicadas ao profissional, mas não a demissão.
Transcrita em três páginas, a proposta de Riverton e Valdir quer que seja criado reconhecimento institucional implementando condições ambientais e relacionais nas escolas, de maneira em que seja possível prestigiar as competências do professor.
Além disso, o novo programa deve dar atenção com visão integrada à saúde do profissional, com atividades multidisciplinares de prevenção. Há foco ainda no bem-estar e qualidade de vida no trabalho, conforme os eixos apresentados.
“Fomentar melhorias no campo educacional deve ser premissa básica para aqueles que desejam e participam de um Estado Democrático de Direito. E uma das dimensões mais relevantes para uma educação de qualidade refere-se aos profissionais que contribuem para que o ensino seja democratizado”, frisa a justificativa do projeto.
Já em outros trechos, o projeto diz que “sem educação e respeito aos profissionais que a planejam e a executam no dia a dia, o futuro da nação está comprometido” e que “quando se fala em qualidade de vida no trabalho, busca-se uma visão integrada, humanizada e preventiva”, destaca, antes de fechar o texto.
Assim como o projeto de Vargas, a questão ainda está em fase inicial de tramitação, devendo passar pela análise de comissões, entre elas a de Constituição e Justiça, para conseguir então chegar ao plenário da Câmara, ser votada e ir ao Executivo.
FONTE: CONTEUDO MS