Terminal de Porto Murtinho responde por 21,7% das exportações de soja de MS

Caminhões com soja que chegavam a Porto Murtinho esperavam em estacionamento que foi construído de olho na rota bioceânica

Pouco significativo até o ano passado no cenário estadual, o terminal hidroviário de Porto Murtinho foi a porta de saída de 21,7% da soja exportada por Mato Grosso do Sul em 2023, ficando atrás somente do porto de Paranaguá, que respondeu por 34,3% dos embarques para outros países, conforme dados divulgados nesta terça-feira (28) no boletim semanal da Aprosoja.Pelo terminal de Porto Murtinho, por onde haviam passado 299 mil toneladas no ano anterior, foram embarcados 1,53 milhão de toneladas em 2023, representanto aumento da ordem de 400%. A partir de meados de novembro os embarques foram suspensos por causa do baixo nível do Rio Paraguai, que nesta quarta-feira está em apenas 1,60 metro, ante 1,74 em igual data do ano passado.

Por Paranaguá, historicamente o principal destino da soja de Mato Grosso do Sul, o volume chegou 2,39 milhões de toneladas. Em terceiro lugar neste ranking ficou o porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, por onde passaram 1,27 milhão de toneladas desde janeiro.

A principal explicação para este aumento repentino para os embarques pela hidrovia do Rio Paraguai é a quebra da safra de soja na Argentina, que passou a importar o grão brasileiro para manter suas indústrias em atividade, optando pelo transporte hidroviário. E, para atender a toda essa demanda, cerca de 300 carretas chegavam diariamente a Porto Murtinho nos meses de maior movimento, entre abril e setembro.

Além disso, o alto nível que o Rio Paraguai atingiu neste ano foi fundamental para viabilizar o transporte. Em março chegou ao pico de 5,94 metros na medição feita pela Marinha em Porto Murtinho. Nos três anos anteriores, o máximo que havia atingido for de 3,31 metros.

E por causa desses embarque pelo terminal de Porto Murtinho, a Argentina passou a ser o segundo principal destino da soja de Mato Grosso do Sul, com 1,7 milhão de toneladas, ficando atrás somente da China, para onde foram enviados 4,65 milhões de toneladas de soja em grãos.

De janeiro a novembro, o faturamento das vendas para os chineses chegou a US$ 2,40 bilhões, representado por 67,10% do total. As vendas para a Argentina, por sua vez, renderam US$ 863 milhões desde o começo do ano.

Os dados do boletim da Aprosoja revelam ainda que as exportações neste ano estão ocorrendo tardiamente. Em outubro foram comercializados 226,4 mil toneladas, o que representa alta de 307,8% ante igual período do ano anterior

Enquanto isso, as exportações brasileiras totalizaram 5,5 milhões de toneladas em outubro de 2023, número 36,15% superior a outubro de 2022. Já o faturamento foi de US$ 2,89 bilhões representando aumento de 16,16% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.

No ranking dos estados exportadores de soja em grãos, Mato Grosso do Sul é somente o quarto colocado, com 6,98 milhões de toneladas, ou 7,4% do total. O faturamento no ano chega a 3,59 bilhões de dólares. Mato Grosso é disparadamente o primeiro colocado, com 27,2 milhões de toneladas, respondendo por 29,6% da receita total com as vendas do Brasil para o mercado externo e obtendo receita de 27,3 bilhões de dólares.

CORREIO DO ESTADO

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