Tempo Recorde: recurso disponível em 2022 para o FCO Rural em Mato Grosso do Sul já foi totalmente aplicado
No período de janeiro a maio de 2022, as contratações para o financiamento de novos empreendimentos do agronegócio sul-mato-grossense consumiram R$ 1,1 bilhão, valor que corresponde a 100% do total anual disponível na linha de crédito Rural do FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste). Para todo o ano, Mato Grosso do Sul dispõe de R$ 2,2 bilhões em recursos do Fundo, sendo 50% do montante direcionado às linhas do FCO Rural e 50% ao FCO Empresarial (que inclui a indústria, comércio, serviços e turismo).
De acordo com o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e presidente do CEIF/FCO (Conselho Estadual de Investimentos Financiáveis pelo FCO), essa é uma situação inédita em Mato Grosso do Sul. “Pela primeira na história do FCO, nós chegamos ao final do mês de maio com 100% dos recursos (do setor Rural) aplicados em Mato Grosso do Sul”, explica.
Hoje, na Semagro, o CEIF/FCO conta com 250 cartas-consulta do FCO Rural “na esteira”, que ainda serão analisadas. “Nós já absorvemos, aqui na secretaria, um adicional em termos de carta consulta que já ultrapassa em pelo menos R$ 500 milhões aquilo que foi previsto (para o FCO Rural) no ano de 2022. É uma notícia extremamente positiva, pois mostra o tamanho da demanda do setor”, comenta Jaime Verruck.
Por outro lado, conforme o titular da Semagro, a preocupação do Governo do Estado é com o fato de que existirem poucas linhas de crédito de longo prazo, com juros compatíveis, disponíveis no mercado para o setor rural. “De um lado, se nós temos o que comemorar, do outro, nós temos uma grande preocupação pois existem poucas linhas de longo prazo disponíveis aos produtores rurais para que eles possam fazer os investimentos nas áreas de suinocultura, agricultura, máquinas e equipamentos, correção de solo e irrigação, que são as principais linhas financiadas pelo FCO na área rural em Mato Grosso do Sul”, afirma.
“É importante destacar que existem recursos disponíveis no FCO para garantir o fluxo financeiro (das contratações já realizadas). Agora, nós estamos atendendo aqueles projetos em termos financeiros que entraram no mês de fevereiro, mas nesse momento nós já aplicamos 100% do recurso do FCO Rural”, acrescenta Jaime Verruck.
A perspectiva, neste momento, é de que só haja recurso novo do FCO para Mato Grosso do Sul em 2023. Por isso, devido à elevada demanda dos produtores rurais, as instituições que integram o CEIF/FCO no Estado decidiram suspender, até o final de agosto, a entrada de novas cartas-consultas do FCO Rural.
O secretário lembra que, até o momento, o setor empresarial aplicou metade do recurso disponível no FCO para o segmento em 2022 (R$ 1,1 bilhão) e a expectativa é de que as contratações da indústria, comércio, serviços e turismo em Mato Grosso do Sul também cheguem a 100% desse valor. “Houve uma atuação forte do governador Reinaldo Azambuja junto ao Condel para conseguirmos a redução nas taxas de juros do FCO Empresarial. Essas taxas, mesmo não ficando no mesmo patamar do Rural, tornaram-se muito mais competitivas, daí nossa expectativa de também aplicarmos 100% do FCO Empresarial”.
Caso o chamado ‘setor não rural’ não absorva a totalidade do valor disponível no Fundo, “existe a possibilidade de nós transferimos o recurso que estiver disponível para o setor rural. Nós vamos aguardar até 30 de agosto e fazer uma avaliação, pois sempre no mês de agosto temos alguma sobra de recurso. Isso tem acontecido ao longo dos anos em outros estados e Mato Grosso do Sul tem absorvido essa sobra”.
O titular da Semagro aguarda que o governo federal também abra outras linhas de crédito ao produtor rural. “Temos um crescimento muito forte e diversificado da agricultura sul-mato-grossense, principalmente com projetos na área de irrigação, suinocultura e avicultura. Já sabemos que nós temos de buscar a ampliação desses recursos para os próximos anos dado que a demanda continua crescente”, finaliza Jaime Verruck.
Marcelo Armôa, Semagro