Teich pede revisão da cloroquina no BR e dispara: “Não fui ministro da Covid”

25.05.2020
Teich em entrevista: “Não fui ministro da Covid. Fui da Saúde”. Ele pede revisão da cloroquina

Em entrevista à Globo News, Nelson Teich,, ex-ministro da Saúde, defendeu a revisão do protocolo da cloroquina.| Foto: Evaristo Sá/AFP
Olá, tudo bem? Aqui é o Giorgio da Gazeta e gostaria de compartilhar  algumas visões do ex-ministro da Saúde,  Nelson Teich, que pediu demissão dia 15 de maio, menos de um mês após “sentar na cadeira”.

Em entrevista à Globo News, ele confessou que teve divergências com o presidente Jair Bolsonaro na gestão da saúde, mas buscou não culpar o presidente pela atual situação da epidemia de coronavírus no Brasil. E disse que, em sua gestão, também precisou olhar para outros problemas que podem se agravar no pós-pandemia: “Não fui ministro da Covid. Fui ministro da Saúde”, disparou.

Teich afirmou que a insistência do presidente em mudar o protocolo da cloroquina “teve peso” em sua saída. Tanto que um dia após a saída do ministro, o Ministério da Saúde mudou o protocolo da cloroquina. Mas garante que não foi pressionado a assinar tal mudança.

O ex-ministro foi enfático sobre o medicamento: “Não dá para deixar essa decisão na mão do médico”.  Para ele, a partir do momento em que a cloroquina foi “autorizada” por conselhos de Medicina e pelo Ministério para uso médico em casos de Covid, seria a “mesma coisa que recomendar”.

Pelo fato de não haver uma pesquisa que comprove a eficácia da cloroquina e hidroxicloroquina, o atual momento é para que o Ministério e conselhos de medicina revejam suas políticas, na avaliação de Teich.

Ele citou um estudo publicado na sexta-feira (22) com 96 mil pacientes, que aponta maior risco de mortalidade, e de arritmias cardíacas, em comparação às pessoas que não receberam as substâncias. Após a divulgação da pesquisa, nesta segunda-feira (23), no mundo, a Organização Mundial da Saúde tomou uma decisão: suspendeu estudos com hidroxicloroquina.

Teich não se mostrou a favor nem do isolamento horizontal, nem do vertical. “Sou a favor do isolamento seletivo”, disse. Clique no botão azul e confira:

Quero saber o que Teich pensa sobre cloroquina, Bolsonaro e isolamento social
Veja também:
Novo coronavírus, velha corrupção: como a pandemia abriu janelas para desvios de recursos

Para dar respostas rápidas à crise de saúde pública, foram editados mais de 800 atos normativos relacionadas à Covid-19, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas. São normas de dispensa de licitações, repasses financeiros, entre outras medidas. Mas a flexibilização abriu janelas para casos de corrupção em pelo menos sete estados, confira na reportagem de Kelli Kadanus, correspondente da Gazeta do Povo em Brasília.

A gripe espanhola no Brasil: cadáveres apodrecendo nas ruas e um presidente morto

A história da Gripe Espanhola tem muito a ensinar sobre isolamento social, contaminação e ações que deram certo e errado. Citada por Teich, a gripe contaminou quase a metade da população da cidade do Rio de Janeiro. Confira no texto de Rafael Azevedo as consequências da gripe espanhola e como o ceticismo de muitos à época provocou uma das maiores tragédias da história do Brasil.

OUÇA! Mais testes podem significar menos isolamento: por que o Brasil não faz isso?
Apoie o jornalismo que o Brasil precisa.
Ainda não é assinante? Confira nossa oferta inicial.
Quero assinar
Cancele quando quiser

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.