Saúde destinou verba emergencial para Fiocruz produzir cloroquina

O Ministério da Saúde usou a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para produzir 4 milhões de comprimidos de cloroquina. A pasta destinou verba emergencial destinada ao combate à pandemia da covid-19 para a fabricação do remédio e seu uso no tratamento contra o coronavírus.

O remédio, de acordo com estudos, não tem eficácia comprovada para combater o coronavírus.

A informação foi publicada nesta 5ª feira (11.fev.2021) pelo jornal Folha de S.Paulo. A reportagem teve acesso a documentos do governo federal que apontam gastos de R$ 70,4 milhões com a produção de cloroquina e Tamiflu pela Fiocruz.

A verba usada na produção teve origem na Medida Provisória nº 940, editada em abril pelo presidente Jair Bolsonaro como medida emergencial para combater a pandemia. A MP destinou crédito extraordinário de R$ 9,44 bilhões para o Ministério da Saúde.

A Fiocruz alega que produziu cloroquina para pacientes com malária e outras doenças contra as quais o medicamento é eficaz. “O Farmanguinhos [Laboratório Farmacêutica Federal de Manguinhos] produz cloroquina somente para o que está previsto em sua bula”, afirmou o órgão.

Um ofício da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos de junho de 2020 enviado ao MPF (Ministério Público Federal), no entanto, diz que as drogas são destinadas a pacientes com covid-19.

Outro documento obtido pela reportagem, produzido pelo Ministério da Saúde em outubro do ano passado, diz que os remédios são distribuídos para “manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da covid-19”.

Além da Fiocruz, o Laboratório Químico Farmacêutico do Exército também produziu 3,2 milhões de comprimidos de cloroquina. O custo de R$ 1,2 milhão foi arcado pelos ministérios da Saúde e da Defesa.

Poder360

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