Olá, tudo bem?
Um relatório produzido por consultores legislativos classificou a Gazeta do Povo, jornal fundado em 1919, como divulgador de “notícias falsas”. O documento foi produzido a pedido da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, e também inclui outros 47 sites.
A classificação negativa ao veículo centenário, detentor de diversos prêmios jornalísticos, foi dada, segundo a relatoria da comissão, após consulta de seis agências verificadoras. A Gazeta do Povo procurou as seis agências indicadas. Todas desmentiram a versão da CPMI. Comprova, Aos Fatos, Estadão Verifica, Boatos.org, Lupa e E-Farsas relataram não terem sido consultadas ou sequer acionadas pela comissão.
A CPMI produziu um levantamento sobre sites, canais no Youtube e aplicativos que veicularam propagandas do governo federal por meio da plataforma Google Adwords, uma ferramenta automática que distribui anúncios em sites que possuem o sistema do Google, como a Gazeta do Povo. Ou seja, o contratante da propaganda não escolhe diretamente onde quer que seu anúncio seja divulgado.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) cobrou explicações da CPMI sobre inclusão da Gazeta na lista. “A Gazeta tem sido, ao contrário, uma adversária permanente da desinformação e um veículo de ponta na defesa da pluralidade”, disse o presidente da ANJ, Marcelo Rech. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também se manifestou e revela que o caso Gazeta é exemplo do risco de se deixar o Estado definir o que é fake news.
Para se ter uma ideia, a verba de anúncios do governo federal via Google Adwords para a Gazeta do Povo foi de R$ 909,16 em 2019 e é de R$ 494,49, do início de 2020 até os dias atuais. O valor tem peso diminuto em relação ao auferido pela Gazeta com assinaturas e outros tipos de publicidade. Clique no botão azul e saiba mais: |