Reestruturação nas carreiras reflete prioridade do governo na segurança pública
Em um reconhecimento à atuação dos servidores responsáveis por fazer de Mato Grosso do Sul um dos estados mais seguros para se viver, o Governo do Estado vai conceder para policiais civis e militares, bombeiros militares e agentes de medidas socioeducativas reajustes e reestruturações nas carreiras que representam impacto no orçamento de 2022 de mais de R$ 415 milhões. Entregues pelo governador Reinaldo Azambuja, as proposições já estão na Assembleia Legislativa.
O acréscimo na folha somente com as reestruturações das carreiras da segurança pública supera o reajuste linear de 10% dos 81 mil servidores ativos e inativos. O presidente da ACS (Associação e Centro Social dos Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul), Mário Sérgio do Couto, ficou satisfeito com o resultado das negociações. “Foi bom o diálogo, nós travamos um diálogo contundente, conseguimos chegar nos números alcançados, que para este momento foi o suficiente”, disse.
Para o presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Giancarlo Corrêa Miranda, a reestruturação da carreira é resultado de muita conversa e reflete a valorização do trabalho dos policiais. “Houve um diálogo com o governo, para representarmos os policiais civis, dentro da capacidade do governo acreditamos que fomos atendidos, este diálogo tem que permanecer, e ainda esperamos ter outras reivindicações atendidas até abril do ano que vem, que é a data-limite, em função da eleição. Tivemos um bom diálogo e um bom avanço para os policiais civis. Houve um projeto de reestruturação, com acréscimo nas promoções, e ainda tem uma valorização a mais pelo nosso trabalho”, declarou.
A atuação das forças de segurança de Mato Grosso do Sul é destaque nacional pela competência na apreensão de drogas e armas que abasteceriam os grandes centros do País e pela esclarecimento de crimes, em especial os homicídios.
Confira um resumo das propostas apresentadas para as categorias:
Polícia Civil
- Projeto de lei complementar melhora o sistema remuneratório das carreiras que integram a Polícia Civil, promovendo destravamento e melhor evolução das movimentações por meio de promoções e progressões funcionais.
- Cria uma quarta classe para a carreira de Delegado de Polícia Civil, cujo cargo passará a se desdobrar em cinco classes: Especial, Primeira Classe, Segunda Classe, Terceira Classe e Quarta Classe.
- As carreiras de Agente de Polícia Judiciária, Perito Oficial Forense, Perito Papiloscopista e Agente de Polícia Científica da Polícia Civil passam a se desdobrar em sete referências para fins de promoção funcional, além das quatros classes atualmente previstas.
- Cria um sétimo nível de progressão funcional para todas as carreiras da Polícia Civil, viabilizando incremento remuneratório ao longo da vida funcional possibilitando a valorização dos servidores.
PM e BM
- Projeto de lei complementar reduz a alíquota previdenciária de militares da reserva que retornam ao serviço ativo.
- O ingresso nas corporações militares passa a ser com graduação de nível superior completo.
- Ingresso no Curso de Formação de Cabos será por seleção interna pelos critérios de mérito intelectual (50%) e antiguidade (50%)
- Altera o interstício mínimo para 8 anos de efetivo serviço na graduação de Soldado (antiguidade); e 3 anos de efetivo serviço na graduação de Cabo (mérito intelectual);
- Determinação do afastamento de suas funções do militar após 90 dias do requerimento de transferência para a reserva remunerada
- Ingresso no Curso de Formação de Sargentos será por seleção interna pelos critérios de mérito intelectual (50%) e antiguidade (50%)
- Passa a pagar função de 20% para Subcomandante-Geral (que antes não recebia) e eleva de 20% para 25% a de Comandante-Geral
- O recebimento de indenização fica condicionado ao efetivo exercício da função
- Redefinição dos subsídios em quatro referências, ao invés de sete níveis, considerando a experiência acumulada na carreira militar
- Prevê regra de transição para promoção dos praças que ingressam com nível médio, em virtude da mudança do requisito de escolaridade mínima para ensino superior, dando tempo para fazerem curso de ensino superior.
Uneis
- Projeto de lei altera a carreira Gestão de Medidas Socioeducativas aumenta a retribuição pelo exercício de função de confiança privativa da carreira de Inspetor de Plantão, que passará de 15% para 25%, calculada sobre o subsídio da Classe A, Nível I, do cargo de analista de Medidas Socioeducativas.
- Adequação das atribuições do cargo fortalecendo a participação do Agente de Atividades Socioeducativas em atividades educacionais com base nas diretrizes do Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo)
- Reajusta as tabelas de subsídios corrigindo distorções na remuneração dos cargos de Analista de Medidas Socioeducativas e do cargo de Agente de Medidas Socioeducativas visando corrigir distorções, com adequação da remuneração ao nível de escolaridade dos respectivos cargos.
- Cria quatro funções de confiança privativas de carreira denominada Inspetor de Trabalho de Unidade. A proposta também traz reajustes nas tabelas de subsídios com incidência da revisão geral e de reajuste setorial para correção de distorções remuneratórias aos titulares dos cargos de Analista de Medidas Socioeducativas e Agente de Segurança Socioeducativa.
Paulo Fernandes, Subcom
Fotos: Chico Ribeiro