Rede Hemosul MS inaugura ambulatório de coagulopatias para hemofílicos de MS

Para atender pacientes hemofílicos do Estado, a Rede Hemosul MS em parceria com o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, inaugurou na terça-feira (19), o Ambulatório de Coagulopatias com o propósito de atender às pessoas com hemofilia do estado. O evento foi alusivo ao Dia Internacional da Hemofilia comemorado no domingo (17) de abril.

A viabilidade da proposta do ambulatório foi uma iniciativa da Rede Hemosul MS e da APHEMS – Associação das Pessoas com Hemofilia de Mato Grosso do Sul, iniciada em 2016 e que se concretizou neste ano, lembra a coordenadora geral da Rede Hemosul MS e gestora deste projeto, Marli Vavas. “Os pacientes de hemofilia poderão contar agora com um local de referência para seu atendimento multiprofissional, um trabalho que se inicia e que traz a expectativa de ampliar gradativamente. É um avanço para o Estado e um ganho para as pessoas com hemofilia que terão um atendimento pleno e um espaço para uma vida cada vez mais sem sangramentos”.

Segundo o secretário de Estado de Saúde, Flavio Britto, os pacientes poderão contar com o ambulatório para fazer o tratamento necessário. “Sabemos que em casos graves e moderados da hemofilia, os sangramentos repetem-se espontaneamente. Por isso, a importância de termos um local adequado para este tipo de tratamento em nosso Estado. Assim, ocorre essa parceria entre o Hemosul e o HRMS”.

O diretor presidente do HRMS, Dr. Lívio Viana de Oliveira Leite, ressalta que a unidade do Hemosul dentro do Hospital Regional foi reativada em dezembro do ano passado para poder atender além das coletas de sangue e medula óssea. “Percebemos que o serviço poderia ser ampliado e agora está ativado para atendimento desse público. Teremos mais um serviço importante para a população em nosso hospital”, explica.

Para o presidente da APHEMS – Associação das Pessoas com Hemofilia de Mato Grosso do Sul, Neder Santos, a inauguração do ambulatório especializado representa uma conquista para os pacientes hemofílicos. “Fará uma diferença substancial na qualidade de vida das pessoas com hemofilia e de seus familiares”.

O ambulatório irá oferecer atendimento médico hematológico, ortopedista, clínico geral, enfermagem, fisioterapia, educadora física, psicóloga, assistente social, enfim, um atendimento pleno com foco em profilaxia e tratamento para hemofílicos, com regulação pelo CisReg e agendamento, para que o atendimento flua aos cerca de 180 pacientes existentes no Estado.

Dia Mundial da Hemofilia

O Dia Mundial da Hemofilia (17 de abril) tem como objetivo incentivar todos a se envolverem para ajudar a aumentar a conscientização sobre os distúrbios hemorrágicos herdados e a necessidade de tornar possível o acesso a cuidados adequados em todo o mundo.

Hemofilia é uma doença genético-hereditária que se caracteriza por desordem no mecanismo de coagulação do sangue e manifesta-se quase exclusivamente no sexo masculino. A mutação que causa a hemofilia localiza-se no cromossoma X. Em geral, as mulheres não desenvolvem a doença, mas são portadoras. Existem dois tipos de hemofilia: a hemofilia A, que ocorre por deficiência do fator VIII de coagulação do sangue e a hemofilia B, por deficiência do fator IX.

Além disso, existem casos de desenvolvimento de inibidores que amplia ainda mais a necessidade de um trabalho de excelência para condução de todos as situações.

Sintomas

Nos quadros graves e moderados, os sangramentos repetem-se espontaneamente. Em geral, são hemorragias intramusculares e intra-articulares que, primeiro, desgastam as cartilagens e depois provocam lesões ósseas. Os principais sintomas são dor forte, aumento da temperatura e restrição de movimento. As articulações mais comprometidas costumam ser joelhos, tornozelos e cotovelos.

Os episódios de sangramento podem ocorrer logo no primeiro ano de vida do paciente sob a forma de equimoses (manchas roxas), que se tornam mais evidentes quando a criança começa a andar e a cair. No entanto, quando acometem a musculatura das costas, não costumam exteriorizar-se.

O tratamento da hemofilia para que não haja sequelas consiste, basicamente, na reposição do fator anti-hemofílico de forma profilática, isto quer dizer, preventiva. Quanto mais precoce for o início do tratamento, menores serão as sequelas deixadas pelos sangramentos e o hemofílico pode viver de forma plena.

Porém, apenas a partir de 2009 os fatores/hemoderivados forma introduzidos pelo Ministério da Saúde através do SUS. Pessoas que nasceram a partir desta data tiveram acesso a esses fatores e evitaram sequelas. Jovens e adultos nascidos antes passam por vários problemas motores, sequelas, dores, necessitam de um tratamento integrado e multiprofissional, inclusive, de cirurgias que são específicas em alguns centros de especialidades pelo Brasil e de difícil acesso.

Desde a sua disponibilização para os estados, a Rede Hemosul MS é a responsável pela distribuição dos fatores para pessoas com hemofilia e o faz para todo o estado.

Rodson Lima, SES e Mayra Franceschi, Hemosul
Fotos: Mayra Franceschi

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