Prefeitura define novos lotes para todas as famílias da comunidade Mandela
A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha), definiu, na manhã deste sábado (9), a alocação dos lotes que serão destinados às 187 famílias que residem na comunidade Mandela. A distribuição de todos os lotes ocorreu por meio de sorteio durante o evento “Todos em Ação, a Prefeitura Mais Perto de Você”, realizado na Escola Municipal Nerone Maiolino, no Bairro Vida Nova.
Na manhã de ontem (8), a prefeita Adriane Lopes se reuniu com os moradores da comunidade Mandela e anunciou o início imediato das unidades habitacionais que serão destinadas às famílias atingidas pelo incêndio. A chefe do executivo municipal comunicou que o canteiro de obras começará a ser instalado na segunda-feira (12). A previsão é de que no prazo de até 12 meses todas as unidades estejam concluídas proporcionando condições adequadas de moradia às famílias e a oportunidade de recomeçar.
Conforme o cronograma estabelecido, a construção das moradias terá início pelos bairros José Tavares e Jardim Talismã. A partir de quinta-feira (14) as primeiras famílias começam a ser reassentadas na nova área. O investimento, da ordem de R$ 15 milhões, será custeado integralmente com recursos próprios da Prefeitura, enquanto cada família beneficiada contribuirá com parcelas mensais de R$ 185,00, em um prazo de 360 meses. A iniciativa visa dar solução definitiva à questão habitacional dessas famílias.
A prefeita Adriane Lopes ressaltou o planejamento e a importância da rápida tomada de decisão logo após o trágico incêndio que atingiu a comunidade. “A comunidade Mandela está aqui hoje, 23 dias após o incêndio, isso é tempo recorde. Nossas equipes não mediram esforços e foram para dentro da comunidade, buscando soluções. Buscamos nesses 23 dias, dentro da legalidade, com transparência e respeito, atender cada uma das famílias”.
O Diretor-Adjunto da Emha, Claudio Marques, enfatizou a magnitude deste momento para os moradores da comunidade, especialmente considerando que o processo de regularização fundiária havia sido iniciado no ano passado. “Hoje celebramos a entrega desses lotes. Desde o primeiro momento em que tomamos conhecimento da situação, nossa equipe esteve comprometida em encontrar soluções eficazes de amparo e apoio a todas as famílias”.
Comunidade Mandela
No dia 16 de novembro a Prefeitura iniciou um estudo minucioso, visando identificar áreas públicas judicialmente prontas e desafetadas para o reassentamento das famílias atingidas, considerando localidades com acesso à estrutura pública, como escolas, Cras e postos de saúde. Após uma análise criteriosa, ficou estabelecido que: 38 famílias seriam reassentadas no Bairro José Tavares; 33 famílias no Iguatemi I; 30 famílias no Iguatemi II; e 32 famílias no Jardim Talismã.
Para Maristela Romeiro, de 28 anos, mãe de duas meninas, uma de 8 e outra de 2 anos, o local específico para o qual será sorteada é de pouca importância, desde que tenha a chance de reconstruir sua vida em um lar digno ao lado das filhas. “Eu gostei das áreas, qualquer lugar eu tô indo, o importante é ter algo que vai ser nosso e, futuramente, dos nossos filhos. Não vejo a hora de sair dali [comunidade] e ter a minha casinha”, disse animada.
Marizete da Silva, 56 anos, chorou de felicidade ao ser sorteada. “Faz oito anos que eu espero por esse momento, esse é o sonho de todo brasileiro”, afirmou emocionada. O caminho que a levou à comunidade começou após perder o emprego, sem condições de arcar com o aluguel. Após décadas de dedicação como doméstica, Marizete agora busca a aposentadoria. Ela será reassentada no Iguatemi II, junto com os filhos e a neta. O novo lar representa não apenas um teto, mas a solução de um anseio de anos.
A Prefeitura de Campo Grande afirma seu compromisso com a preservação da infraestrutura nas quatro áreas designadas para o reassentamento das famílias afetadas pelo incêndio na comunidade Mandela. A administração municipal acompanhará de perto cada etapa do processo para garantir que as novas moradias atendam aos padrões necessários, assegurando, assim, um reassentamento eficiente e digno para todas as famílias. Esse é mais um passo significativo na habitação de interesse social de Campo Grande.
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